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Eden: anime da Netflix levanta questões importantes, mas peca nos detalhes

No dia 27 de maio, estreia no catálogo da Netflix o anime Eden. A série chega cheia de expectativas, uma vez que foi criada por Justin Leach, de Ghost in the Shell: Inoccence, roteirizada por Toshihiro Kawamoto, que trabalhou em Cowboy Bebop e Noragami e dirigida por Yasuhiro Irie, de Fullmetal Alchemist. Aliado ao fato da produção ficar a cargo dos estúdios Qubic Pictures e CGCG, de Como Treinar seu Dragão, a nova atração carrega um peso que não consegue sustentar.

Em uma Terra que já não é habitada por humanos há muito tempo, Eden 3 agora é ocupada por robôs plantadores de maçãs e governada por Zero, aparentemente o vilão da história (que mais parece uma cópia barata de Marte, personagem de Cavaleiros do Zodíaco Omega). 

Tudo muda quando dois droids encontram em uma cápsula uma criança humana chamada Sara. As máquinas decidem criar escondidos a menina, que vai crescendo em meio aos robôs, no maior estilo Mogli, adquirindo costumes dos seus a sua volta, mas que em certo momento, decide procurar outros iguais a ela. 

Pelo visto pode-se alimentar um ser humano a base de maçãs

Outra referência muito forte em Eden é Star Wars. Os droids criando uma criança que possui uma missão de vida; o clima desértico com instalações industriais sucateadas; cenas de corridas com veículos voadores no deserto e um vilão todo de preto que possui um exército mudo são perceptíveis para qualquer fã da saga. Não é mesmo?

Anakin, é você? Corridas no deserto? Temos!

Até mesmo as obras de Isaac Asimov parecem ter sido homenageadas, com direito a três leis da robótica fazendo parte da mitologia do anime. Porém, a mensagem principal de Eden é a de como os humanos fazem mal para o próprio Planeta e se eles são realmente necessários, uma vez que com a sua existência, a Terra estaria fadada à extinção. Tudo isso é levantado pelo vilão Zero, que é bem conceituado, mas que poderia ter seu plot-twist melhor desenvolvido (e não tão óbvio). 

Sara não cativa como protagonista

Infelizmente a protagonista Sara é outro exemplo de conceito não bem-sucedido, fazendo com que não nos apeguemos a ela ou a sua jornada. A mitologia de Eden é fácil de se comprar, abordando questões religiosas (a maçã do Eden inclusive é um easter-egg), ambientalistas, éticas e de como a tecnologia pode nos tornar tão máquinas quanto as que nós mesmos criamos. Isso torna pouco os quatro episódios, deixando um gostinho de quero mais. Contudo, Sara faz com que tudo pareça muito “maçante” e cada momento que a vemos em tela deixa tudo um pouco pior, dando a sensação de alivio por vermos que a história tem início, meio e fim nesses poucos capítulos.

Veredito da Vigilia

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