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The Seven Deadly Sins | Crítica da 3ª Temporada

O anime que cativou muitas pessoas, tornando-se um fenômeno em pouco tempo, principalmente aqui no Brasil, The Seven Deadly Sins (Nanatsu no Taizai) encerrou a sua terceira temporada (intitulada Wrath of the Gods) no final de março, lá no Japão, junto do último capítulo do mangá, que irá ganhar mais um spin-off em breve. 

O maior problema de possuir uma legião de fãs, é que o fandom se manifesta com maior intensidade quando cai a qualidade da produção, caso que aconteceu com The Seven Deadly Sins nesta temporada. Tudo começou quando o longa metragem do anime, Prisioneiros do Céu, teve uma bilheteria fraca nos cinemas, fazendo com o estúdio A-1 Pictures fosse substituído pela empresa DEEN. 

Primeira imagem divulgada pelo Studio DEEN

Nas primeiras imagens divulgadas a mudança no traço foi perceptível, já deixando todo mundo com um pé atrás em relação ao que viria em outubro de 2019. Aí tivemos a estreia e não foi o traço que incomodou, mas sim a censura. No lugar da “sanguera” tradicional, tivemos algo que mais parecia um monte de “leite”. Isso durou um tempo na série, que de vez em quando mostrava uma cena com mais sangue, mas mesmo assim, tivemos outras formas de veto, como pintar de preto alguns ferimentos e órgãos expostos.

O “sangue” era representado assim no início da série

Depois disso, realmente o traço foi o problema, principalmente do meio para o final. Tivemos cenas que davam vergonha alheia, ainda mais em momentos cruciais do anime, como na tão aguardada luta entre Meliodas e Escanor. Esse episódio, inclusive, o 12º, foi o mais comentado na internet, gerando os mais variados memes, abaixo-assinados online e até animações feitas por fãs, ficando com uma melhor qualidade se comparada a original. 

Mas se não bastasse tudo isso, tivemos um enredo bem confuso e o mau aproveitamento dos protagonistas. Então vamos à história.

A terceira temporada de The Seven Deadly Sins começa com um episódio com maior cara de filler, mostrando o grupo em ação, lutando contra demônios genéricos em um vilarejo qualquer. Após isso, adentramos a trama, transportando King e Diane para uma viagem no tempo, na qual eles trocam de corpos com Gloxinia e Drole, respectivamente. Os dois então conhecem um Meliodas de três mil anos atrás, que ainda fazia parte dos Dez Mandamentos, bem como Gowther (e seu verdadeiro corpo). Também nos é apresentada uma Elizabeth pertencente ao Clã das Deusas, com direito a asas e olhos diferentes dos que estamos acostumados a ver. 

Esse look do Meliodas não dá

É nessa época que vemos o início da Guerra entre os clãs dos Demônios e o das Deusas. Esse embate serve para contextualizar o final da temporada (agora no presente), justificando esse início, que não parece tão empolgante, mas que depois de assistir ao restante do anime, se torna a melhor parte dele.

Nesses momentos temos a continuação da luta entre Os Sete Pecados Capitais e os Dez Mandamentos, que também não dão a mesma sensação de temporadas anteriores. No final desses embates, vem o plot-twist da série, mostrando o “Lado Negro da Força” de Meliodas, que se corrompe ao Clã dos Demônios, tornando-se um inimigo direto dos outros Pecados Capitais. Mesmo assim, ele continua apaixonado por Elizabeth. E aí que a história se perde, mostrando como os outros protagonistas são inúteis sem o seu líder, deixando de lado até mesmo expectativas criadas quando mostraram: a história de Gowther; o aumento de poderes de King e Diane após retornarem aos seus corpos; a imponência já vista antes de Escanor e os poderes mágicos de Merlin, que mesmo sem corpo, conseguiu combater os inimigos.

Essa temporada chegou para partir o coração do Gowther

Mas você deve estar pensando que esquecemos de alguém, não é mesmo? Sim, o Ban! O pecado da Ganância, que rivalizava de igual para igual com o Capitão, nesta temporada fica choramingando pelos cantos por ser fraco, não conseguir proteger sua amada Elaine e por não barrar seu melhor amigo quando ele se torna um vilão. Fica tão estranho que em determinado momento do anime dão um jeito de tirar o personagem, que é o preferido de muita gente (Junto de Meliodas e Escanor), dando-lhe um side-quest e quase esquecendo de colocá-lo novamente na história.

Parece que censuraram o coração e a atuação do Ban no anime

Aliás, esse ponto é recorrente na trama de Wrath of the Gods. Personagens saindo de cena e aparecendo inúmeros episódios depois, quando você nem lembrava onde ele estava. A falta de ritmo, construindo o roteiro em blocos, faz com que você fique tempo demais em uma mesma trama, esquecendo de dar uma visão macro do enredo. 

Não poderíamos encerrar essa crítica sem esse “belíssimo” recorte.

 The Seven Deadly Sins: Wrath of the Gods explora a verdadeira natureza de Meliodas, bem como o real  motivo da ligação entre ele e Elizabeth. A família e antigos aliados do nosso baixinho também são mostrados com mais detalhes, mas não da melhor maneira, já que seus irmãos não parecem ser personagens tão bem construídos, quanto aparentavam ser. Mas como já citados anteriormente, a terceira temporada não soube explorar o potencial de seus personagens, chegando a irritar algumas vezes o quão nada efetivos os Pecados são sem o sem o Meliodas (é a terceira vez que falo isso no texto). A quarta e provavelmente última temporada do anime estreia em outubro de 2020, e para o desespero dos fãs, continuará sob a supervisão do estúdio  DEEN. Nos resta aguardar e torcer para que esses novos episódios sejam do nível das duas primeiras temporadas.

Veredito da Vigilia

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