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O Homem Cordial, de Iberê Carvalho, vai ser exibido em Festival na Estônia

Depois da estreia internacional na Mostra Competitiva do Cairo International Film Festival, será a vez da Estônia conhecer o novo filme do diretor Iberê Camargo. O Homem Cordial foi selecionado para a mostra Current Waves do 23o Tallinn Black Nights Film Festival. O PÖFF é o único festival de cinema categoria A no norte da Europa, compartilhando esse status com os principais festivais do mundo, incluindo Berlim, Cannes, Veneza, Karlovy Vary, Varsóvia e San Sebastian. Com público estimado de mais de 80 mil pessoas, o PÖFF é o maior evento cultural anual da Estônia.

O Homem Cordial é um thriller psicológico, no qual o afloramento de uma onda de ódio e intolerância é visto a partir do ponto de vista de Aurélio (Miklos), um homem de 60 anos, branco, rico e heterossexual, que de sua posição social privilegiada se vê perdido e impotente, sem saber como reagir a essa realidade que se apresenta.

A ideia inicial para o roteiro surgiu em 2015, quando o diretor começou a se incomodar com a crescente onda de polarização no país. A partir de pesquisas sobre o tema e se deparou com o vídeo de um garoto de dez anos sendo linchado numa manifestação e a reação de ódio das pessoas o chocou. “Foi daí que surgiu a premissa inicial do argumento de O Homem Cordial”, recorda Carvalho. Apesar de terem se passado quatro anos, o tema do longa é mais atual do que nunca: “estamos vivendo um momento tão estranho e revelador de nossa sociedade que é impossível qualquer ficção ter a pretensão de acompanhar a realidade”, completa.

A cidade de São Paulo, onde O Homem Cordial foi rodado, também é uma personagem do filme. A opção do diretor pela capital foi devido ao cenário urbano de uma grande metrópole que simboliza o desenvolvimento. Incorporá-la ao longa pelo olhar ‘estrangeiro’ foi um desafio, “mas conseguimos trazer um olhar fresco da cidade”, finaliza.

O longa tem fotografia de Pablo Baião, vencedor do Kikito de Melhor Fotografia no Festival de Gramado de 2018 por Simonal, e Maíra Carvalho, ganhadora do Kikito de Melhor Direção de Arte em 2015 por O Último Cine Drive-in, assina a arte.

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Entrevista com Paulo Miklos

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