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O Cristal Encantado: A Era da Resistência | Primeiras impressões

Uma produção incrível e cheia de fantasia está estreando na Netflix. O Cristal Encantado: A Era da Resistência é um prequel de O Cristal Encantado, filme de Jim Henson que foi lançado em 1982, e que com certeza ainda habita o imaginário de muitos jovens adultos no mundo todo. Aqui no Brasil, você provavelmente vai lembrar de ter visto a película em alguma sessão de filmes do SBT. Os dez episódios chegam no dia 30 de agosto no catálogo.

E este resgate oitentista vem cheio de nomes conhecidos. A contar: Awkwafina, Helena Bonham Carter, Dave Chapman, Natalie Dormer (Game of Thrones), Taron Egerton (Rocketman), Nathalie Emmanuel (Game of Thrones), Mark Hamill (Star Wars), Lena Headey, Jason Isaacs (The OA, Não Olhe), Hannah John-Kamen (Homem-Formiga e a Vespa), Toby Jones, Keegan-Michael Key, Simon Pegg (The Boys), Mark Strong (Shazam), Alicia Vikander (Tomb Raider), Sigourney Weaver e Benedict Wong (Vingadores: Ultimato). Não é pouco. Mas calma, você não verá esses nomes conhecidos. Pra quem chegou agora, O Cristal Encantado é uma produção única, protagonizada por fantoches (ou mega fantoches), na Terra de Thra, onde a magia e a fantasia imperam em cenários únicos, diferentes raças de personagens, animais, mocinhos e vilões. Cheio de detalhes e capricho, a novidade é ao mesmo tempo algo incrível, mas que pode não ter o sucesso que se imagina de uma grande produção. Pode ser uma impressão muito particular, mas a aceitação do público para uma série com fantoches pode soar duvidosa e destoa de um mundo onde efeitos digitais dominam. Mas essa aceitação só saberemos nos próximos meses.

Nos cinco primeiros episódios desse resgate histórico, o mundo antes liderado por Jim Henson (1936-1990) é comandado pelo experiente diretor Louis Leterrier, conhecido por filmes de ação, como Cão de Briga (2005), O Incrível Hulk (2008), Fúria de Titãs (2010) e Truque de Mestre (2013). E já dá pra dizer que sua condução é primorosa. A qualidade técnica de tudo que envolve O Cristal Encantado: A Era da Resistência é basicamente impecável. E como se pode imaginar, o trabalho envolvido na criação de tudo beira a loucura. Tudo que você vê é parte de uma grande orquestra de animatrônicos ou pessoas movendo fios. Os bonecos e personagens são incrivelmente bem feitos – com traços e trejeitos únicos – e o tom de cores, paleta e texturas são belíssimos, mesmo em um aparelho de TV convencional. A produção está realmente de parabéns.

Segredos escondidos e uma mitologia única em O Cristal Encantado: A Era da Resistência

O que pode incomodar um pouco na série são exatamente seus excessos. Temos um mundo inteiro recriado. E essa densidade pode pesar ao longo dos episódios. São tantas raças e uma mitologia toda repaginada, além de nomes confusos e variados, que por vezes trabalham para tirar o foco do espectador. Pra quem já é fã do clássico dos anos 80, bom, aí a história é um deleite completo. No mundo de Thra, os Skeksis dominam os Gelflings, que estão sendo enganados por propósitos espúrios em torno do Cristal que mantém a harmonia de tudo. Uma vez descoberto esse propósito, o personagem Rian (Taron Egerton) é incriminado injustamente pela morte e Mira (Alicia Vikander), colocando quase toda o reino contra ele. E nessa jornada, ele vai cruzar com outras importantes personagens que vão se unir nessa batalha de bem contra o mal. Apesar de numerosos, fica difícil não simpatizar com todos os bonecos e suas perspectivas. Seus formatos únicos e icônicos oscilam entre o encantador e o assustador. E claro, fica a vontade de saber de que forma tudo isso vai acabar.

Fantoches e bonecos incríveis, que oscilam do “fofo” ao assustador.

Vale muito a pena dar uma chance para os bonecos e ao legado de Jim Henson. Na pior das hipóteses você vai se deparar com um lindo mundo mágico e uma fábula como poucas já contadas.

Veredito da Vigilia

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