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Nova etapa de The Seven Deadly Sins retoma qualidade e empolga

Logo de cara preciso dizer que a quarta temporada de The Seven Deadly Sins (Nanatsu no Taizai), que estreou na Netflix no dia 28 de junho, é muito boa. Não sei se posso cravar como a melhor, pois sem as duas primeiras, que fizeram tanta gente gostar desses personagens e de como a história andou para que assistíssemos aos acontecimentos de agora, talvez o veredito seria outro. Bom, pelo menos essa é a minha opinião ao conferir os 12 primeiros episódios de O Julgamento do Dragão, nome deste arco. Falo primeiros porque a temporada é composta por 24, então teremos mais material, para daí sim, concluir se estamos vendo um final decente para os Sete Pecados Capitais.

A qualidade citada em nosso primeiro parágrafo não é somente no traço, que está bem caprichado na maioria dos episódios (com exceção do 11º e de algumas cenas ao longo dos capítulos, mas nem se compara ao fatídico episódio 12 da terceira temporada), mas também na trama, que agora está um pouco mais fluída do que no ano anterior. Se antes, víamos os núcleos da trama bem definidos, mas pouco embaralhados, ficando muito tempo em um conflito para que se lembre do que estava acontecendo em outro cenário somente muitos episódios depois, agora, vemos essa dinâmica ser melhor amarrada, mesmo que às vezes esse recurso falho ocorra novamente. O fato de maratonar também ajuda a ter uma percepção maior do que acompanhar os episódios semanalmente, como são lançados no Japão. Outro fator que engrandeceu o roteiro foram os plot-twists e de como eles encaixam perfeitamente em toda a mitologia já apresentada, fazendo com que a história fique mais complexa do que apenas um cara mal que quer conquistar o mundo enfrentando o time do bem. Um exemplo disso foi como a guerra entre o Clã dos Demônios contra o Clã das Deusas precisou ser equilibrado depois que Meliodas mudou de lado. 

Nossos heróis, Os Sete Pecados Capitais

Mas qual é a história do quarto ano de The Seven Deadly Sins? – A Netflix colocou como quinta por considerar uns episódios entre a primeira e segunda temporadas como a “segunda”, por isso a confusão -. Como você viu no final da terceira temporada, o irmão do Meliodas, Estarossa, está coletando os poderes dos Dez Mandamentos, se tornando mais forte. Como se isso não bastasse, ele ainda é um “talarico” do próprio irmão, roubando a sua amada Elizabeth. Como Meliodas está perdido no Purgatório, o cara aproveita e começa a ficar mais e mais forte, dando trabalho para Diane, King, Derieri, Hawk e Gowther, junto de dois dos Quatro Arcanjos. É gostoso ver finalmente esses personagens assumindo um protagonismo maior em Nanatsu, já que fora as suas histórias de origem, Diane, King e Gowther são pouco úteis nas batalhas e no desenvolvimento da trama.

Membros dos Dez Mandamentos, Sete Pecados Capitais e Quatro Arcanjos unidos em uma mesma imagem

Em outro núcleo, vemos Merlin, Escanor e uns agregados lutando contra Zeldris, que mantém seu irmão Meliodas encapsulado enquanto espera pela sua transformação no rei dos Demônios. Aqui a batalha começa bem, principalmente mostrando todo o esplendor e poder físico de Escanor, que sempre rouba a cena quando aparece. Porém, ele literalmente vai perdendo o brilho conforme os episódios avançam, enquanto a maga Merlin se torna um personagem mais tático, contudo, ainda importante até o final. 

Esses dois fizeram bem em ficar de fora da briga

E no último, mas não menos importante local de batalha, acompanhamos a jornada de Ban para salvar Meliodas do Purgatório e trazer o capitão para salvar o dia mais uma vez. Assistir essa missão no mundo dos mortos me remeteu aos episódios de Dragon Ball Z, em que Goku precisa ficar um ano percorrendo o caminho da serpente até voltar à vida. Foi importante essa parte do anime para o público matar a saudade desses dois personagens, que ao lado do irmão de Hawk, Wild, trazem um gostinho de nostalgia, parecendo que estávamos assistindo a dinâmica que os três possuíam no início da série.

Meliodas, Ban e Wild. Já quero um anime só com esses três

Meliodas e Ban foram muito mal aproveitados na terceira temporada, se redimindo aqui e voltando em grande estilo na batalha final (pelo menos dessa metade do anime). 

Mas nem tudo são flores em O Julgamento do Dragão. Já falamos do pequeno problema no traço, mas ainda assim outras coisas pesam negativamente. Ainda é estranho ver uma personagem totalmente sexualizada como Merlin tendo como verdadeira aparência a de uma criança. Sem falar nos relacionamentos entre Meliodas – com uma aparência infantil – com Elizabeth e Ban tendo o mesmo problema ao beijar a Elaine, que mais parece ter 10 anos de idade. 

Não consigo ficar confortável com essa cena

Bom, mas essas coisas vem de antes dessa temporada. Mas não poderia deixar de falar que o relacionamento entre os personagens ficou mais romântico, tirando o “taradismo” que era apresentado de maneira gratuita anteriormente. 

Outra coisa são os designs dos figurinos dos protagonistas, que parecem ter ficado legais apenas na primeira temporada. A cada nova vestimenta do Meliodas, o cara consegue ficar pior. Os outros pecados nem se fala. Em compensação, os vilões, principalmente os anjos e os demônios, estão bem legais. 

Capricharam no design da turminha do Mal

The Seven Deadly Sins: O Julgamento do Dragão tem como coração da história o amor. A motivação de seus personagens serve tanto para desencadear as superações quanto gerar os conflitos, criando uma história romântica para cada um deles, mesmo aqueles que pareciam ser vilões. Com uma trama mais dinâmica e finalmente dando a devida importância aos protagonistas, sem ofuscá-los com coadjuvantes mais fortes, a produção nos deixa esperançosos que os próximos 12 episódios desse anime sejam um final digno daquele grupo que aprendemos a amar lá atrás. Lembrando que no Japão a série já foi concluída e no dia 2 de julho, o longa-metragem The Seven Deadly Sins: Cursed by Light estreou nos cinemas japoneses, trazendo uma história inédita que se passa depois dos acontecimentos desta temporada.

Veredito da Vigilia

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