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Em Predador: A Caçada, um ícone reencontra sua essência

Infelizmente um dos grandes filmes de ação de 2022 não vai passar pelas salas de cinema. Predador: A Caçada (Prey) nos entrega o melhor filme do Predador desde o seu original, O Predador, com Arnold Schwarzenegger e Carl Weathers, dirigido por John McTiernan (Duro de Matar). E os méritos todos recaem sobre o diretor Dan Trachtenberg (Rua Cloverfield, 10) e a atriz Amber Midthunder (A Qualquer Custo). Com objetividade e carisma, eles contam uma história prequel, passada em 1715, quando uma nave de outro planeta chega próximo a uma aldeia Comanche. Prepare-se para enfrentar e reviver as aventuras e perigos que só um dos mais icônicos seres do cinema pode nos proporcionar.

Pequeno em sua essência, Predador: A Caçada é o clássico filme em que menos é mais. Nitidamente a produção não precisou de um mega suporte financeiro. Assim como fez em Rua Cloverfield, 10, Dan Trachtenberg usa da criatividade para criar o clima perfeito e a tensão típica de embates entre caça e caçador. O tempo todo. E ele usa o clima de um filme de época, onde a honra e a garra eram maiores que parafernálias e tecnologias de guerra. Se já foi difícil para Scharzenegger enfrentar o monstrão com metralhadoras e granadas, imagine agora, onde a pólvora era uma novidade e os índios se viravam com flehas, arcos e machadinhas.

Temos em Naru (Amber Midhunter) a personificação da superação. Ela tem talentos para a caça e para a medicina, além de uma inteligência superior aos homens de sua tribo. Mas é claro, pelo machismo que sempre reinou na terra dos homens, ela era deixada de lado. E como boa história de superaçaõ, a nossa heroína estará sempre se provando. A presença de Amber na tela é magnética, carregando o filme nas costas.

Dan Trachtenberg e o elenco principal de Predaor: A Caçada
O diretor Dan Trachtenberg com Amber Midhunter e Dakota Beavers no set de Predador: A Caçada (Prey)

Trachtenberg usa dos elementos de caça da natureza e da própria aldeia para nos impressionar visualmente. Temos cenas com ursos, leões e cobras, sempre amparando a relação de luta pela sobrevivência entre caça e caçador. Enfim, essa é a essência do “Predador“, que tanto cultuamos ao longo dos anos de cinefilia. Não precisamos de um background para a raça alienígena. Precisamos apenas saber que eles são provavelmente uma das mais perigosas já criadas pelo cinema. E isto basta para nos entregar um duelo dos mais interessantes.

Tensão total em Predador: A Caçada
Momentos icônicos e o duelo entre caça e caçador são os destaques de Predador: A Caçada (Prey)

Dentro do arco de Naru temos vários momentos importantes. E quando ela não duvida de suas próprias qualidades, é quando o filme mais cresce. Fica fácil torcer por ela e por sua jornada. E dentro da narrativa de Predador: A Caçada, ainda temos tempo para ingredientes inesperados, mas incrivelmente necessários para vermos o monstro de dreadlocks mostrar seus dons, sua força, e entregar para nós espectadores aquele banho de sangue que o thriller com um pé no terror merece.

Predador: A Caçada é um daqueles bons momentos do cinema (embora chegue diretamente no Star+ nesta sexta-feira, dia 5 de agosto) em que um personagem, ou mesmo uma franquia, reencontra sua essência depois de alguns filmes bem dispensáveis. É a sessão imperdível do streaming, e que merecia uma tela grande.

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