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Brinquedo Assassino está de volta, agora com um Chucky 2.0 | Crítica

Chucky, o Brinquedo Assassino está de volta. Lembra dele? O boneco – nem tão simpático assim – que marcou época no cinema de terror no final dos 80 e início dos anos 90? Pois ele agora ganhou sua versão 2.0, e ao invés de ser um espírito maligno que encarna num brinquedo, ele é um moderno boneco-robô de uma grande empresa multinacional da tecnologia, a Kaslan. Ela, além do boneco, possui uma série de grandes atrativos como carros autônomos, aplicativos de música, armazenamento de dados na nuvem e tudo que for possível conectar com internet, redes wi-fi ou controles remotos. Ou seja, tudo é um prato cheio de possibilidades para ajudar a contar uma nova história de terror. A caixa de brinquedos, com o perdão do trocadilho infâme, é, literalmente, o maior trunfo do novo Chucky.

E para dar o estopim da espiral de coisas erradas e que acarretarão em sangrentas mortes, temos uma pequena revolta entre patrão e empregado. A multinacional, que assim como muitas na vida real, mantém uma indústria quase clandestina em um país subdesenvolvido para ter mão de obra barata, toma um revés. A vingança do empregado é basicamente liberar todas as funções do chip de Inteligência Artificial do boneco Buddi em sua primeira versão. A falha em seu sistema até impossibilita que seu primeiro dono o aproveite. Até porque uma nova versão do Buddi já estava chegando nas melhores lojas do ramo. E isso finalmente leva o brinquedo até a casa de Karen (Aubrey Plaza) e seu filho Andy (Gabriel Bateman). Dois acertos do elenco. Eles conseguem entregar a simpatia necessária para que o espectador se preocupe até o final.

Karen trabalha na loja de departamentos que recebe a devolução do novo Chucky. E claro, seu filho único – deficiente auditivo, característica que não necessariamente auxilia em alguma coisa no roteiro – está prestes a fazer aniversário e acaba levando o boneco defeituoso para casa. Enquanto isso, Andy não gosta do novo namorado da mãe e do local para onde foram morar. O novo relacionamento de Karen é por si só a figura de padrasto que vamos odiar ao primeiro contato. Mérito do ator David Lewis (Dirk Gently’s Holistic Detective Agency). Sem amigos, o relacionamento entre Andy e Chucky – que era na verdade para ser Han Solo, veja como são as coisas, teríamos um Han Solo dublado por Mark “Luke Skywalker” Hamill – acaba sendo ao mesmo tempo divertido e aterrorizante. Mas é claro, as coisas vão sair do controle.

Aubrey Plaza e Gabriel Bateman entregam dois bons protagonistas

Além da boa escolha no elenco, Hamill também acaba sendo uma escolha acertada. Seus papéis mais marcantes sempre foram com a dublagem, e ele entrega uma voz que consegue ser robótica e um misto de comédia com terror. Fica a dica para ficar até o final dos créditos só pra curtir a música tema interpretada pelo ator. O banho de sangue segue a linha bem gore, e condiz com a premissa do filme, que é divertir e assustar, sem grandes compromissos. O diretor Lars Klevberg consegue dar fluência para a trama sem enrolações, entregando tudo em apenas 1h30 de tela.

Apesar de termos um filme objetivo e sem deixar nada para trás, ficou a desejar um final mais apoteótico, tendo em vista toda a possibilidade criada a partir do novo contexto de internet, gadgets, drones e diferentes tipos de bonecos – tem até mesmo um simpático Chucky versão lobisomem, que já desperta nosso lado consumista em pouco tempo de aparição.

O novo Chucky, ou melhor Brinquedo Assassino (Child’s Play), faz o que seus antecessores não fizeram – principalmente Annabelle 3, A Freira e A Maldição da Chorona – que era entregar um filme de terror divertido do início ao fim, e sem a empáfia de ser mais do que um simples produto de entretenimento. E pela honestidade, a Vigília Recomenda!

Veredito da Vigilia


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