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Wheelman | Crítica

Dentro da proposta de dar vazão, incentivar e lançar cada vez mais produções próprias, a Netflix estreou em seu catálogo dia 20 de outubro o longa de ação Wheelman. Protagonizado por Frank Grillo (Capitão América: Guerra Civil), a ideia é contar uma trama toda de dentro do carro, com apenas algumas escapadas, e mostrar que às vezes realmente o menos é mais. Sem grandes efeitos mirabolantes ou a necessidade de explodir carros e prédios, vemos um filme de fuga de carros mais cru e direto. Imagine um Em Ritmo de Fuga (Baby Driver) sem cor e sem música, mais puxado para John Wick. É mais ou menos por aí. Mas atenção, não espere uma obra que chegue aos pés dessas rápidas menções. Guarde as devidas proporções, pois estamos falando de um filme feito para um serviço de streaming. A direção é de Jeremy Rush.

Em Wheelman, Grillo é também um piloto de fuga, que acaba se envolvendo em uma tramóia sem lá grandes detalhes, mas o suficiente para colocar em risco a sua família. Em nenhum momento ele ganha um nome, e poucas vezes você vai vê-lo longe do volante. Ele é hábil, mas tem um passado nebuloso e passou alguns anos na cadeia. Então a semelhança com Em Ritmo de Fuga é o fato de ele ser um grande piloto. Já a semelhança com John Wick é que ele vai direto ao ponto, sem delongas, e com a crueza e face sombria do filme de Keanu Reeves. Ah, e sem as grandes cenas de luta.

Os méritos de Wheelman estão exatamente nas apostas em soluções simples. Com câmeras bem posicionadas no cockpit e nas imediações dos veículos, vemos que a criatividade pode sempre pular a necessidade de grandes efeitos técnicos. Assim é no cinema, e assim foi há alguns anos atrás nos games, quando tivemos o nintendo Wii. Com aqueles gráficos horrorosos, o console foi uma febre por dar uma experiência divertida para quem joga. Wheelman vai por aí também. Mas de novo, guarde as devidas proporções.

Tentando entender o que acontece e os motivos de estar tão enrascado, Grillo leva a trama toda no volante e na sua interação com o celular, preso no painel do carro. Com esses dois aparatos, ele conseguirá manter a sua atenção e mostrar se suas razões e decisões do passado e do presente foram acertadas ou não. Completam o elenco, também bem enxuto, os atores Caitlin Carmichael, Garret Dillahunt (12 Anos de Escravidão) e Shea Wigham (Kong: A Ilha da Caveira).

Resumindo: menos é mais e criatividade pode superar efeitos especiais.

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