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X-Men Apocalipse – mutantes voltam para salvar o mundo

Depois de cinco incursões dos mutantes na telona (sem contar os filmes ruins do Wolverine) Bryan Singer parece novamente acertar a mão. Foi ele quem encarou a empreitada e foi um dos responsáveis pela invasão de heróis, lá com o seu X-Men – O filme (o quinto do meu Top 10), e que resvalou legal em X-Men – Dias de um Futuro Esquecido. E as primeiras impressões após a sessão do novo filme da franquia “X” é de que os acertos lá de trás parecem ter voltado.

Caso você tenha torcido o nariz para o final de Dias de um Futuro Esquecido, talvez vá notar uma correção de rumos aqui, principalmente quando o Arma X cai – literalmente – matando. Ao mesmo tempo, vai notar que a franquia parece apenas mostrar mais do mesmo. E isso não é necessariamente ruim, mas faz o fã mais hard lembrar de que já viu aquelas cenas e diálogos (!) em algum outro lugar.

Mas vamos lá. X-Men – Apocalipse coloca os mutantes em uma proposta grandiosa, onde o desafio agora não é mais a tradicional ameaça pelo preconceito da raça, mas sim uma ameaça global a qual En Sabah Nur/Apocalipse (Oscar Issac) quer varrer o planeta para iniciar um novo mundo, apenas com os “mais fortes”. Para isso ele alavanca os poderes mutantes de seus Quatro Cavaleiros (assim como nos gibis, mas aqui levemente adaptados): Tempestade, Anjo/Arcanjo, Psylocke (coramão pra ela <3) e o sempre atormentado Magneto. A premissa é boa e a gente logo compra a proposta. Os créditos iniciais são muito bons e vale a pena uma sala IMAX.

Adiante no andar, vemos o conflito estabelecido e as cenas já vistas anteriormente. Magneto (Michael Fassbender) que já era todo abalado psicologicamente vê sua tentativa de redenção terminar em uma só flecha. A cena é legal, mas aqui começa a sessão “já vi isso antes”.

~ATENÇÃO AOS SPOILERS~

Após a morte de sua filha e esposa, Magneto mostra seu lado ASSASSINO e acaba com a vizinhança que percebeu a presença do vilão de uma tragédia mundial (pra quem viu Dias de Um Futuro Esquecido). E como? Do mesmo jeito que matou Kevin Bacon (pra quem viu Primeira Classe).

Estabelecido o fato que marca seu recrutamento aos demais Cavaleiros, vamos aos X-Men. Aqui, talvez o ponto alto da película. Jean Gray, Scott Summers, Kurt Wagner, Mercúrio e Fera entregam tudo que a gente gosta de ver no grupo. E pela primeira vez não temos um Ciclope escanteado (como foi feito merecidamente na primeira trilogia). São deles as cenas que mais cativam e relembram o lado legal dos gibis, mesclando as eras Chris Claremont e Jim Lee, na Escola Xavier, se envolvendo ao público – aqui com piadas de autorreferência e uma nova jogada de Star Wars (teriam visto Guerra Civil?) – . As cores e ornamentação dos anos 80 são um acerto da evolução e da ideia colocada lá atrás em Primeira Classe (que é um dos melhores X-Men, Bryan Singer deve estar com inveja até agora). O próximo promete ser já nos anos 90!

Os pontos fracos são, como sempre as cenas de luta. Singer e sua trupe parecem não conseguir dar tanta empolgação como nos filmes da Marvel Studios. Mesmo assim, ver a adaga da Psylocke (no melhor visual) vale muito a pena. A explosão e uma morte (ui) na escola dos mutantes é um bom enredo pra levar a turma pro embate final. Aqui a segunda aparição do “já vi isso antes”, com Mercúrio e sua cena em alta velocidade (ou seria em câmera lenta?). Que é legal, mas um pouco mais exagerada.xmen-apocalypse-psylocke

A expectativa pela participação do Wolverine também é um pouco frustrada. Embora bem encaixada na trama, é o novo “já vi isso antes”. Lembra quando ele quebra todo mundo em X2? É por aí. E que me desculpe Hugh Jackman, está mesmo na hora de passar o bastão. Parabéns pelos serviços prestados (muito mais galã de novela das 8 do que animal sanguinário).

O desfecho traz de tudo, quebra-pau e o clássico embate mental que envolve Charles Xavier, o vilão principal e a telepata Sansa, ops, Jean Gray, ops, quase Fênix (FATAL SPOILER). Alías, se James McVoy sabe de alguma coisa é fazer o papel de cara que tomou uma tunda. Com o mundo já salvo, voltamos a mansão X, com o já careca Xavier e seu “velho amigo” Eric Lensherr (já viu isso antes?). Aqui vai a ressalva, seriam as mesmas falas de Patrick Stewart? Acho que sim.

Mesmo sendo mais do mesmo e a repetição de uma fórmula com flahsbacks que vão agradar quem acompanha os mutunas desde 1999, X-Men Apocalipse é um bom filme, com mais envergadura que a concorrente DC, mas ainda não párea para o Marvel Studios. Vale com certeza o ingresso.

UPDATE 1 – A trilha sonora também é um dos pontos altos. A maioria vai reconhecer a referência de The Four Horseman do Metallica e a clássica Sweet Dreams do Eurythmics na cena do Mercúrio. E a clássica linha orquestrada, que vem desde o primeiro filme, continua dando o tom. Já está entrando na linha dos temas de Star Wars e Superman.

Veredito da Vigilia

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