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“What If…?” e as delícias permitidas pelo multiverso

Com “What if…?” (ou O Que Aconteceria se…) a Marvel Studios não só ampliou o seu tão falado Multiverso, como colocou de vez sua bandeira com extrema competência na animação, uma área em que a rival DC Comics historicamente foi superior. Mais do que isso. Além de entregar cenas memoráveis e absurdamente compatíveis com o Universo Cinemático que criou na última década, deu mais um passo no processo “pedagógico” de sedimentar o conceito “Multiverso”, que vimos em Loki, WandaVision e que rendeu uma bela piada já em Homem-Aranha: Longe de Casa – e por muitos já cantado em Venom: Tempo de Carnificina (mas vamos focar em coisas boas). Algo de extrema importância na hora de abocanhar cada vez mais novos fãs e gerações que continuarão acompanhando cada passo que os heróis da Casa das Ideias derem. Tudo com um capricho refinado que faz aquecer o coração dos fãs.

A ideia de adaptar o que os quadrinhos começaram a fazer na década de 70, mais precisamente no primeiro arco de 1977, foi um acerto em vários aspectos: reforçar conceitos de Multiverso e o personagem Vigia (brilhantemente “vivido” por Jeffrey Wright), antes usado em uma piada em Guardiões da Galáxia Vol. 2, mas, principalmente, ter liberdade para contar qualquer história que se possa imaginar, misturando elencos, realidades e trazer momentos trágicos, em que heróis também caem. O céu é o limite. O formato de antologia (com cada episódio contando uma história isolada), ainda garantiu uma grata surpresa em seu capítulo final, trazendo o contorno épico que foi encontrado em vários outros episódios e entregando algo parecido (mas é claro, em escala bem menor) com o que vimos em Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato. O pacote fica ainda mais completo quando vemos personagens como Gavião Arqueiro, Capitã Carter e Viúva Negra ganhando um merecido espaço no MCU. Impossível não querer vê-los novamente nas telonas depois de tamanha representação.

Capitã Carter
Queremos a Capitã Carter em live-action!

Mas é claro, nem tudo são flores. Há quem torça o nariz para o estilo da animação. Eu mesmo o fiz em determinado momento, mas depois de “acostumar” com o estilo, fica difícil não querer ter um pôster de “What If …?” em minha coleção. Evidentemente, nem todos os episódios são um primor. “O que aconteceria se Thor fosse filho único?” e “E se T’Challa se tornasse o Senhor das Estrelas” talvez sejam os mais fracos. Por outro lado, ver os Vingadores caírem em tantos outros, e quase ir às lágrimas com “E se o Doutor Estranho perdesse o coração ao invés das mãos?” foram experiências pra lá de satisfatórias. Com novos filmes chegando e novos personagens sendo apresentados, já se cogita ver Shang-Chi, Eternos e Ms. Marvel dando as caras em uma segunda temporada. Quem sabe o Blade? Queremos todos.

Infinity Ultron tomando consciência da existência do Vigia e emulando Galactus: memorável!

Esse novo patamar da Marvel agora em animações tem seus culpados. Kevin Feige, é claro, mas Bryan Andrews, diretor e Produtor Executivo é um multi-vencedor do Emmy por seu trabalho. Ele escreveu “Primal”, recentemente e passou por Star Wars: Clone Wars. AC Bradley foi o roteirista (principal) e também produtor executivo. Ele passou por Trollhunters de Guillermo del Toro. O combo cresce exponencialmente com a participação de Benedict Cumberbatch, Toby Jones, Kurt Russell e a despedida definitiva de Chadwick Boseman ao papel de T’Challa

“What If…?” fez uma excelente ponte entre os filmes e séries live-actions acertando em cheio no tom, cruzamento de histórias e seu grandioso final. Mais um acerto entre tantos do MCU. Caso você ainda não tenha dado uma chance, chegou a hora de se fazer a pergunta!

Veredito da Vigilia

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