Valerian e a Cidade dos Mil Planetas | Crítica
Valerian e a Cidade dos Mil Planetas chega aos cinemas brasileiros no dia 10 de agosto. A nova obra do cultuado diretor francês Luc Besson, responsável por O Quinto Elemento e Lucy, é uma adaptação da série de histórias em quadrinhos “Valerian et Laureline” de Pierre Christin e Jean-Claude Mézières. A história foi uma das grandes referências da infância do diretor, e foi publicada pela primeira vez em 1967, pela editora Dargaud. Como o próprio diretor já declarou, o roteiro, também assinado por ele, foi cozinhado por muitos anos, mas somente agora, com a tecnologia sendo uma das principais aliadas do cinema, foi possível dar vida ao rico mundo criado por Mézières e Christin. E ele fez bem em saber esperar.
Valerian é uma explosão de cores, tal qual o estilo de Besson que já conhecemos. E a história, tal qual a explosão de cores, é um tanto quanto o estilo do francês. O que nem sempre é um elogio. Ao que se percebe, Besson quis tanto fazer o filme que não se importou em exagerar nas liberdades artísticas. Isso porque temos muitas coisas acontecendo sem grandes necessidades, o que acaba arrastando a narrativa em alguns bons momentos das 2h17 de filme. Mas no final, ele mesmo faz uma piada com isso. Perceba no último diálogo entre Valerian e Laureline.
No elenco, a aposta no diferentão Dane DeHaan (vimos ele esse ano em A Cura), que é bom ator como Valerian, e Cara Delevingne (Esquadrão Suicida), que hã, enfim, é bem esforçada, como Laureline, um Clive Owen (alguém lembra dele?) como vilão e Ethan Hawke, além de uma ponta do veterano Rutger Hauer e a celebrada aparição da estrela pop Rihanna, como a alienígena Bubble. A cantora vai com certeza hipnotizar muita gente na tela, mas sua participação é uma daquelas partes que, com citei antes, é uma liberdade artística quase que desnecessária. John Goodman e Elizabeth Debicki também estão creditados como vozes de alguns dos vários
Fora atender a vontade do diretor em deixar o filme mais longo que o necessário, Valerian acaba não sendo uma grande surpresa no cinema de 2017. Estão lá aventura, espionagem, tecnologia, ficção científica, uma dupla de protagonistas e todo o mundo louco criado pelo inventivo diretor. Mas falta a Valerian uma simpatia maior, um senso de urgência que prenda o espectador. As piadas e alívios cômicos não são marcantes e a lição de moral do final é um sopro. Sobra a empatia pelo povo alien que precisa ser salvo das decisões do Comandante Arün Filitt (Owen), que parece um político. A cada bobagem que faz, ao invés de reconhecer, tenta esconder, o que vira uma bola de neve cada vez maior, o que só prejudica o povo que teve seu planeta dizimado. Infelizmente Valerian não veio para aquecer nossos corações como imaginávamos.