CríticaFilmes

Torre Negra e a tentativa de “fazer caber”

Crítica por Luana Chinazzo

A principal ambição do filme Torre Negra, com roteiro e a direção de Nikolaj Arcel (O Amante da Rainha), adaptação da obra composta por oito livros e diversos materiais paralelos de Stephen King, é fazer caber todo um universo em um único filme. Talvez seu principal mérito é carimbar a necessidade de grandes histórias serem abordados em grandes franquias. Assim como O Senhor dos Anéis ou Harry Potter não caberiam em uma única produção audiovisual, a Torre Negra também merecia mais. Estamos falando da obra-prima de um dos escritores mais famosos da contemporaneidade, de uma série que levou trinta e três anos para ser concluída

Jake analisa os desenhos feitos a partir de seus sonhos

O filme, embora com uma ótima intenção, uma vez que Arcel é um grande fã de King, e um alto nível de efeitos especiais, não consegue passar o que deveria ao público, que, perdido, se distrai com as cenas pirotécnicas de conflitos, mas não consegue apreender o sentido da narrativa. Na atuação, Idris Elba (Luther; Star Trek: Sem Fronteiras), dando vida a Roland, se esforça para entregar uma boa personagem, mas a história e a importância dos pistoleiros aparecem de maneira superficial, limitando a categoria à habilidade com as armas. O excelente Matthew McConaughey (Oscar de melhor ator por Clube de Compras Dallas), na pele do Homem de Preto, um vilão sedutor, só fez lembrar o Killgrave de David Tennant para a série da Netflix Jessica Jones. Embora ele incomode, aparece bem longe da encarnação do mal que o livro propõem à personagem. Até o pequeno Jake, interpretado por Tom Taylor, embora cativante, não consegue convencer.

No enredo, Jake, um adolescente de Nova Iorque que perdeu o pai em um incêndio, começa a ter pesadelos

McConaughey deu vida ao Homem de Preto

recorrentes com crianças, monstros, fogo, outros mundos e, claro, uma torre e um homem que veste preto tentando derrubá-la. Desacreditado pelos adultos que indicam a perda do pai como explicação aos sonhos, Jake resolve ir atrás das pistas que reúne em desenhos. Ao encontrar um portal e cruzar a barreira entre os mundos, o menino encontra Roland, o último pistoleiro vivo, que busca vingança do Homem de Preto, responsável pelo fim de todos os seus pares e pessoas próximas. A partir daí, uma aventura acelerada inicia, culminando em uma batalha mais rápida ainda e um final fofinho, mas não eficaz.

A Torre Negra merecia uma adaptação melhor, tão boa e bela quanto as estampas da obra literária de Stephen King da Chico Rei! Perca Não! https://goo.gl/7jpnfX

Veredito da Vigilia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *