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The Promised Neverland é uma overdose de plot-twists | Crítica

Ao assistir a adaptação em anime do mangá The Promised Neverland (Yakusoku no Neverland), que estreou em setembro na Netflix, você tem a impressão de que está vendo um livro de Stephen King sendo dirigido por M. Night Shyamalan. O rótulo se deve a premissa de vermos uma série protagonizada por crianças enfrentando seres malignos e pela sua total dependência de plot-twists para que a trama se desenrole. 

A obra original de The Promised Neverland foi escrita por Kaiu Shirai e ilustrada por Posuka Demizu e durou de 2016 a 2020. Essa informação, digamos assim, é positiva, pois assistindo ao anime não dá para imaginar ou desejar, que estendam demais com essa história, justamente para não estragar algo tão bom, mas que tem um enredo básico demais para se alongar. Vale lembrar ainda que temos um spin-off sendo publicado desde 2018. 

Norman, Emma e Ray são os protagonistas do anime

Como estou enfatizando desde o início do texto, a história possui inúmeras reviravoltas, então vou contar o básico por aqui. Em um orfanato, várias crianças são supervisionadas por apenas um adulto, a Mama Isabella, e aparentemente, vivem felizes até receberem a oportunidade de serem adotados e finalmente fazer parte de uma família. Porém, tudo muda quando o trio de protagonistas do anime – Emma, Norman e Ray – descobrem, que na verdade, o local se trata de uma fazenda, que está “cultivando” alimento para demônios. Ou seja, ninguém sai dali para ser adotado, mas sim, literalmente, devorado. 

Essa Mama tá com cara de que vai aprontar alguma

Depois de descobrir isso no primeiro episódio, passamos mais onze acompanhando a saga dessas crianças para saírem dali e salvar todos os outros órfãos. Esse é o motivo de precisarmos de tantas reviravoltas a cada episódio, já que o “grosso” da história nos é apresentado logo de cara. Não que isso seja ruim, pelo contrário. A cada nova revelação vemos como o roteiro é bem amarrado, nos fazendo torcer por cada um dos personagens, deixando o telespectador esperançoso e aflito ao mesmo tempo. 

Tadinhas dessas crianças (O.O)

Prova disso são os três últimos capítulos da série que são pesadíssimos, mas ao mesmo tempo sublimes, ao aprofundar a relação entre os personagens e até mesmo humanizar os vilões. Aliás, os personagens são muito bem construídos e característicos. Um exemplo disso são os três principais do anime. Emma é atlética, ingênua e tem um enorme coração. Norman é estrategista e altruísta. Já Ray é observador, inventor e manipulador. Todos eles se completam e fazem com que cada um execute diferentes tarefas na elaboração dos vários planos de fuga do orfanato. 

Bora bolar um plano para sair daqui?

Em janeiro de 2021 teremos a segunda temporada do anime no Japão. Obviamente alguns mistérios não foram respondidos na primeira parte, mas mesmo assim, desejo que essa seja uma série que não se estenda além da conta, com no máximo, umas três temporadas. Por mais que o público adore plot-twists, tudo em excesso faz mal. 

Só lembrando que em dezembro estreia nos cinemas japoneses um live-action adaptando o que já vimos no anime. Falando em adaptações com atores reais, obviamente Hollywood já se adiantou e prometeu que fará um filme de The Promised Neverland. Esperamos que não estraguem, como costumam fazer. Mas o anime, assim como o mangá, é ótimo e a Vigília Recomenda!

Veredito da Vigilia

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