Séries

The OA | Crítica da primeira temporada

Encarei a maratona de The OA, a nova série da Netflix. Recheada de mistérios, a produção, que leva entre outros aspectos a direção executiva e assinatura de Brad Pitt, veio com ares de que poderia ser mais uma belo acerto do maior serviço de streaming do mundo. Mas, na minha modesta opinião, as cercas positivas que rodeavam The OA ficam por aí. Pretensiosa, a série quer ser tudo. Como diriam os Titãs “Tudo ao mesmo tempo agora”. Provavelmente, esse é o maior erro da produção. Mas no final, não é nada. E como a letra da música do grupo de rock, deveria trazer, “uma coisa de cada vez”.

A história gira em torno de Nina/Praire/OA. Sim, a protagonista terá alguns nomes pela qual será chamada. Misteriosamente desaparecida, a personagem interpretada por Brit Marling, que também é uma das criadoras da série, reaparece sete anos depois, numa tentativa de suicídio registrada por celular e jogada aos broadcasts yourselves da vida. Recuperada dessa tentativa, ela, que era cega, milagrosamente volta a enxergar. Temos já no ponto de partida uma série de questionamentos lançados aos espectadores. Recebida com um burburinho na cidade interiorana onde vive, ela vira foco da mídia e desperta a curiosidade de todos, embora seus pais adotivos sejam superprotetores. Não à toa, são um casal muito mais velho do que o convencional (Abel – Scott Wilson – e Nancy – Alice Krige).

Tudo ou nada? Defina OA!

Envoltos nas possibilidades de tudo que aconteceu nos últimos sete anos, Praire sofre com a pressão interna do seu próprio mundo, e também do mundo exterior. O seu passado é misterioso – ela tem a naturalidade russa e foi retirada do convívio familiar muito cedo, sendo uma aluna cega de uma escola especial –  e ela tem pesadelos que levam a visões e muitas, mas muitas, alucinações. Além de toda essa massaroca, ela por vezes aparenta ter poderes especiais. E quando temos as alucinações, adivinha o que acontece? Pois é, ela aparece com o nariz sangrando (original, não?).

 

A partir de toda essa trama, ela passa a se reunir com um grupo exótico de moradores que não possuem qualquer conexão ou sintonia entre si: uma atabalhoada professora do High School (Phyllis Smith), um aluno problema (Patrick Gibson), um bom aluno e filho exemplar (Brandon Perea), uma jovem transgênera (Ian Alexander), e um aluno “normal” (Brendan Meyer). É com esse grupo que Praire se abre e começa a revelar tudo o que “aconteceu” com ela. A cada episódio, parece que vamos descobrindo todos os traumas e dificuldades que privaram a vida normal de Praire. No entanto, tudo que assistimos pode não ser o que parece.

Sem entrar muito na questão de spoilers, vou tentar exemplificar o que acontece a partir daí. Particularmente, tenho uma brincadeira besta quando vou falar em público (ou para amigos) sobre algum filme ou série. Obviamente, sempre alguém acusa que não quer saber, porque ainda não assistiu. Aí entra a velha e clássica brincadeira “No final ela morre”, ou “no final é tudo um sonho”, sempre é claro, caindo nos clichês da vida de cinéfilo e levando isso muito na galhofa. Pois, é, talvez The OA queira almejar isso. A história é longa, arrastada, postergada. Aparentemente estamos falando de outras dimensões, vida após a morte, experiências de quase morte, sequestro, experiências não autorizadas em cativeiro, cobaias humanas, e estranhos movimentos que podem trazer a vida ou a cura (risos). Enfim, talvez a série queira falar de tudo, e acabe não falando de nada. E no final, a minha brincadeira sobre como tudo acaba, pode até fazer sentido.

Veredito da Vigilia

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