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The Mandalorian: segunda temporada alcança o ápice que a nova trilogia não conseguiu!

A primeira coisa que você deve saber ao iniciar esse texto é que ele possui SPOILERS violentos da segunda temporada de The Mandalorian. Feita a introdução, podemos agora tratar do que é basicamente uma temporada perfeita. Se na primeira parte da saga de Din Djarin (Pedro Pascal) e do Baby Yoda – a essa altura você já sabe que ele é Grogu – oscilam por “capítulos episódicos” (aqueles fillers que não fazem a história andar, o que convenhamos, em The Mandalorian não foi de todo ruim), nesta segunda temporada temos oito episódios que proporcionam diversão e entretenimento da melhor qualidade dentro da lógica do serviço de streaming da Disney.

O fato de lançarem um episódio por semana contribui com isso, afinal, a maratona, por mais que possa agradar muita gente, acaba reduzindo as produções em “séries da semana”, onde pouco vai se teorizar ou falar a respeito. Se The Mandalorian já era a salvação de Star Wars em sua primeira temporada, agora Jon Favreau e Dave Filoni extrapolaram nossas próprias expectativas, ampliando os horizontes da própria franquia e mostrando uma qualidade tecnológica absurda em cenários, efeitos especiais, trilha sonora e história.

Um dragão krayt logo no primeiro episódio!

Tudo começou com um excelente episódio de abertura – o primeiro dirigido pelo próprio Jon Favreau – onde o nosso protagonista se depara com ninguém menos do que um “xerife” que de alguma forma herdou a armadura de Boba Fett. Na primeira participação especial da nova temporada, vemos Timothy Olyphant (Santa Clarita Diet) como Cobb Vanth auxiliando o Mandaloriano em uma busca que remonta diretamente ao cânone da primeira trilogia. Em uma aventura impressionante, os dois caçadores de recompensa enfrentam nada menos do que um dragão krayt, uma criatura pensada para confrontar Luke Skywalker, mas que teve que ser abandonada por falta de recursos por George Lucas na trilogia original. Agora, com uma caixa de brinquedos infinita nas mãos, Favreau recriou as criaturas em um esplendor cinematográfico e chegou abrindo a nova temporada com os dois pés na porta. Ao final de tudo, ainda vemos o retorno de Boba Fett (Temuera Morrison), uma figura cheia de cicatrizes observando os “matadores de dragão”.

Bobba Fett voltou mais velho e machucado pelo tempo

A ideia de Jon Favreau de chamar os amigos para conduzir a série que resgatou a confiança dos fãs em Star Wars – não é à toa que teremos outras 10 séries derivadas – se mostrou ainda mais acertada. O “dream team” nerd variou direções de Peyton Reed (dois episódios), Dave Filoni, Robert Rodriguez, Bryce Dallas Howard, Carl Weathers (o próprio Greef Karga, ou se preferir Apollo Creed, no episódio que marcou a internet mundial com o “Jeans Guy”) e Rick Famuyiwa, e acabou empilhando aventuras que pareciam melhorar a cada episódio. É claro, todos terão seus preferidos, passando desde um simples ataque de aranhas gigantes, uma passageira sapo, a aparição gloriosa da Jedi Ahsoka Tano (Rosario Dawson), que por sua vez, terá sua própria série muito em breve, e as cenas engraçadas com Grogu.

Mesmo no único capítulo em que não tivemos a aparição do Baby Yoda/Grogu, tivemos uma aventura de respeito. Favreau e sua turma parecem estar em um parque de diversões e sabem direitinho o impacto que cada aparelho ou brinquedo pode causar. O capricho é tanto que vale ficar atento às participações especiais de personagens coadjuvantes. Um dos maiores exemplos nessa temporada foi a participação de Michael Biehn (o próprio Kyle Reese de O Exterminador do Futuro). Enfim, tudo parece minimamente costurado para que o coração e a mente dos nerds sejam acariciados durante a série. São detalhes realmente enriquecedores.

Aparição pontual e perfeita de Rosario Dawson como a Jedi Ahsoka Tano

Nessa segunda temporada (a terceira já está confirmada para dezembro de 2021), até mesmo personagens que pareciam apenas ter aparições especiais acabam retornando. E a junção de todas as ações anteriores do nosso Mando parecem se justificar, culminando na formação de um verdadeiro esquadrão para organizar o resgate de Grogu após um evento devastador que custou até mesmo a Razor Crast (a nave inteira dele, que coitadinha, estava sofrendo desde o ataque dos Jawas na primeira temporada). Cara Dune (Gina Carano), Fennec Shand (Ming Na Wen), Bo-Katan Kryze (Katee Sackhoff)… enfim, são tantos rostos conhecidos, e cada um com sua contribuição pontual, que apenas engrandecem a saga completa.

Para não dizer que não falei de falhas, pode-se dizer que algumas decisões da série parecem apressadas ou mesmo, algumas barreiras, fáceis demais para se contornar. E realmente são. A ameaça que Moff Gideon (Giancarlo Esposito) parecia causar ao final da primeira temporada fica menos intensa, e, no final das contas, mesmo com o sabre sombrio, ele não foi páreo para os heróis, mesmo recebendo uma afrontosa intimada (foi bonito de ver, vou confessar) do mandaloriano. Mesmo assim, estamos diante do verdadeiro Star Wars da nova geração. Pedro Pascal, que pouco apareceu na temporada de estreia, teve novamente seus momentos de glória tirando o capacete diante de –  SPOILER BRUTAL –  ninguém menos que Luke Skywalker. Virou ícone ao lado do remodelado digitalmente Mark Hamill. Vai dizer que você não achou que poderia ser o Sebastian Stan?

Mark Hamill volta com o Luke Skywalker que perdemos nos anos 90

E já que o maior spoiler da temporada foi dado, aos 40 minutos do segundo tempo Jon Favreau repete a fórmula certeira de Rogue One, onde Darth Vader chega causando geral. Mas agora, temos a glória de ver Luke, com seu famoso traje preto e o sabre de luz verde, destruindo com um grandioso pelotão de Dark Troopers e levando o nosso Baby Yoda/Grogu para o lugar onde poderá treinar e se desenvolver com a Força. Com certeza essa foi a cena que gostaríamos de ter visto mais bem trabalhada na malfadada nova trilogia. E com certeza foi a cena que fez muito marmanjo lacrimejar (eu inclusive). Não fosse emocionante o suficiente, ainda temos a entrada de R2-D2. 

Mas não foi só isso. Se você foi apressado ao desligar o streaming, pode ter perdido a cena pós-créditos, onde mais referências são exploradas e temos a desforra de uma vida inteira do personagem Boba Fett, e a notícia tão explosiva quanto o episódio final: O Livro de Boba Fett chega em dezembro de 2021 no Disney+.

Obrigado por esses grandes momentos Jon Favreau.

Veredito da Vigilia

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