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The Last of Us: primeiras impressões

Craig Mazin, o diretor e roteirista que saiu das comédias já tinha conquistado minha atenção com a excelente minissérie Chernobyl. Transpor o esmero e talento visto em uma das melhores séries que já vi na minha vida agora para The Last of Us já era um caminho quase certo, pelo menos na minha concepção. E depois de assistir a adaptação dos games para a telinha da HBO Max (valeu time, pela antecipação!), a minha expectativa foi atendida em praticamente tudo. Craig Mazin, Pedro Pascal e Bella Ramsey, junto com o criador do jogo, Neil Druckman, entregam já em janeiro, uma das melhores séries que poderemos ter durante todo 2023.

https://youtu.be/VHNzi1CjDb0

Com a franqueza que me é costumeira aqui nos textos da Vigília, preciso admitir. Conhecia o jogo só de nome. Não tive a oportunidade de jogar The Last of Us, em nenhuma de suas versões. Portanto, considere pesar o quanto isso lhe for conveniente. Provavelmente perdi takes, cenas ou easter-eggs marcantes. Por outro lado, pude me concentrar somente na história. Ainda inédita para meus olhos. Creio que isso possa me dar um ganho. Um suspiro em meio a tantas adaptações de quadrinhos e games que vemos invadir a cultura pop nas últimas décadas. Esse frescor é com certeza um oásis hoje em dia. Vou me dar ao luxo de pensar que, ainda que não tenha saboreado o jogo, essa talvez seja uma condição que me exime de qualquer comparação, ou mesmo aquela expectativa que possa ser frustrada. Aliás, ultimamente é assim que tenho gostado mais de filmes e séries: chegando completamente zerado em vícios anteriores ou versões que possam nublar o ‘fato novo’ que passa na minha frente.

Feito todo esse preâmbulo, The Last of Us me convenceu logo em seu piloto. Como toda saga (boa) de “apocalipse zumbi”, temos o dia zero, onde as coisas saem de controle e não sabemos mais o que esperar. A família de Joel (Pedro Pascal) tendo que encarar desafios jamais imaginados nos faz vibrar, com momentos assustadores, de aventura, e viscerais na medida certa, ainda deixando muita margem para o que viria depois. A série consegue dar um peso surpreendente, mantendo o nível de produção adulta que se espera para um domingo à noite na HBO Max. Espaço já considerado por muitos como o mais nobre da programação e do catálogo. Certamente teremos muitos comentários do episódio piloto tão logo ele encerre no domingo, dia 15 de janeiro.

Pedro Pascal e Bella Ramsey em The Last of Us
Uma dupla de protagonistas escolhida a dedo!

As coisas melhoram conforme a série vai andando. A cronologia dos acontecimentos é mesclada, dando a cada capítulo um ar de “episódio da semana”, ainda que tenhamos várias lacunas se fechando na história. Por vezes, nossos protagonistas darão lugar a outros personagens importantes e vemos vários níveis de detalhamento de tudo que aconteceu com o mundo em uma fatia de quase 30 anos. Diferentes realidades e diferentes pontos de vista. Há momentos emocionantes, aventurescos, de tensão, terror e momentos em que nós espectadores vamos guardar e comentar tal qual alguns dos grandes episódios de Game of Thrones ou House of the Dragon. E esse é o lado mais legal em termos capítulos semanais, dissecar, discutir e curtir cada um deles, sem a desmemória de uma maratona e o binge watching que tanto nos priva de momentos como esses. A internet que o diga.

Pelo lado de produção, pouco posso acrescentar. As prévias fornecidas ainda contavam com um sem número de efeitos especiais inacabados. Até por isso, esse texto não se pode valer de uma categoria de crítica completa, já que muita coisa pode melhorar… e até mesmo mudar ao ser lançado oficialmente a partir do dia 15 de janeiro. Por outro lado, ainda que vendo uma série com muito a ser melhorado, foi possível curtir bastante, mostrando que toda grande narrativa pode crescer e nos fazer relevar quesitos técnicos. Uma boa história, será sempre uma boa história.

The Last of Us da HBO Max
Ok, essa nem precisa ter jogado o game para saber que é uma referência

Por fim, impossível não se encantar com o trabalho de Bella Ramsey como Ellie. A menina que já se provou em suas pequenas aparições em Game of Thrones é um talento enorme, que pouco, ou quase nada nos faz notar a presença sempre marcante do astro onipresente Pedro Pascal. Enquanto ela surfa de várias formas e demonstra um arcabouço de emoções como atriz, o nosso Mandaloriano fica até mesmo ofuscado, entregando um Joel que cumpre seu papel. Mas isso para Pascal também não é nenhum demérito.

Estarei junto de vocês a cada domingo revivendo as emoções de The Last of Us. Não dá pra perder! A Vigília Não Para!

Veredito da Vigilia

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