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The Boys volta com mais sarcasmo, sangue e pitadas de crítica social

Ao que tudo indica, The Boys continuará com o posto de carro-chefe das séries originais da Amazon Prime. A estreia da segunda temporada, antecipada em algumas horas, é um indicativo para isso. Nos três novos episódios vemos a continuação de toda a loucura contada na temporada inicial (relembre aqui). E seguimos, por óbvio, onde paramos. Os “Boys” continuam juntos na luta para desmascarar a Vought e os “Supers”, e o baque da falta de Billy Butcher (Karl Urban) acaba ficando em apenas um episódio. No final das contas, a grande reviravolta do final da season finale da primeira temporada não causou assim tanto impacto no grupo. O que causa, e parece ser o grande foco agora, é que temos uma clara disputa de lideranças entre Hughie (Jack Quaid) e Billy, que mostram seus talentos contra o império dominante dos Supers de formas bem diferentes. Será legal acompanhar tudo isso nas próximas semanas. Um é turrão e violento, o outro é sentimental e estratégico.

Outro ponto importante é que já de cara temos a revelação “pública” de que os Supers não são dádivas, mas sim pessoas que passaram por experimentos bizarros da corporação, que, agora, é liderada pelo incrível talento de Giancarlo Esposito (Breaking Bad, The Mandalorian), como Stan Edgar. O que os Boys levaram uma temporada inteira para expor, é colocado logo de cara nesse novo arco, com a manutenção do relacionamento (agora à distância) entre Hughie e Luz-Estrela (Erin Moriarty).

Nesses primeiros três episódios (depois disso teremos a continuação da série na Amazon como novos capítulos todas as sextas-feiras) já vemos que, a sempre ameaçadora participação do Capitão Pátria (Antony Starr), o vilão que adoramos odiar, agora vai ganhar novos contornos. Se antes ele tinha uma espécie de “complexo de Édipo”, sua visão deturpada do que é uma família vai gerar uma verdadeira invasão na casa de Becca (Shantel VanSanten) e na vida de seu filho Ryan (Cameron Crovetti), configurando um relacionamento completamente tóxico e maquiavélico.

Capitão Pátria continua ultrapassando os limites do tolerável

Os pontos que consagraram a série (criada nos quadrinhos por Garth Ennis e Darick Robertson) continuam certeiros: o relacionamento cínico entre os personagens, o contexto midiático em que vivem, as referências à cultura pop, a trilha sonora (que repete músicas da primeira temporada) e as cenas de violência gore e cheias de sangue. Mas agora, ainda temos na trama a personagem Tempesta/Stormfront (Aya Cash) que vai fazer crescer ainda mais a nossa raiva com os Supers. A sua presença em poucos episódios já apimenta e cruza de uma só vez o caminho de Luz-Estrela e Capitão Pátria. A tendência aqui é que ela até mesmo possa superar o nível de personagem FDP regulado pelo mais poderoso (e problemático) dos Supers.

A tendência é que The Boys fique ainda melhor com os próximos capítulos. Espero não queimar a língua, pois a primeira temporada também estabeleceu um ótimo início e acabou com um final não tão brilhante assim. Vale ressaltar que teremos também a aparição de novos personagens, entre eles Patton Oswald (famoso humorista norte-americano que já fez aparições em várias séries, inclusive Agents of SHIELD), além de um aftershow comandado por Aysha Tyler, mostrando os bastidores da produção, com entrevistas e curiosidades. Tem tudo pra ser bem interessante.

A Amazon Prime está apostando alto com The Boys, e já temos a confirmação da terceira temporada. Ou seja, a segunda temporada nem começou, mas já é promissora.

E você, curtiu esse retorno?

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