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Todo o brilho de Elton John em Rocketman! | Crítica

Seguindo o sucesso alcançado por Bohemian Rhapsody, que contou a história do astro Freddie Mercury e foi indicado a vários Oscar, Rocketman chega aos cinemas do Brasil com toda pompa e brilho que Elton John carregou durante toda sua carreira. Dirigido pelo inglês Dexter Fletcher (Voando Alto, 2015 e, eventualmente, Bohemian
Rhapsody, 2018), o longa estreia no dia 30 de maio.

O filme começa cativando o público sem dar tempo para respirar. A cena de abertura já chega com uma grande ambientação que se repete em todo o filme. Ela traz Elton, interpretado por Taron Egerton (Kingsman: O círculo dourado, 2017), completamente montado em seu figurino do show, em um tipo de encontro para reabilitação, muito parecido com as cenas criadas para retratar reuniões do AA. E é assim que somos apresentados a toda a história de forma cronológica contrária, tendo o Elton John atual contando sobre a vida do pequeno Reggie Dwight até ele virar a maior estrela do rock do mundo.

Um filme que começa com essa imagem promete muito

O roteiro trabalha muito bem vários aspectos da vida do astro sem deixar que fiquem muitas pontas soltas ou histórias cortadas. Ao mesmo tempo, é usado um detalhe para os cortes de cenas através do filme todo que auxilia nas passagens de tempo, por exemplo, no crescimento de Elton na infância e na troca de atores infantis até chegarem a Taron em sua fase adulta. A mesma técnica, que é uma simulação de um piscar de olhos, bem trabalhada, também é usada nos momentos em que o músico está usando muitas drogas e não consegue manter a noção de tempo. O recurso é bem interessante e faz com que a produção fique mais dinâmica.

Ainda sobre o roteiro, ele é sentimentalmente pesado. Desde os temas como a relação familiar, a relação com a música, até o abuso de drogas, vícios diversos, orientação sexual e suicídio são abordados em duas horas de filme. A época de lançamento para Rocketman não poderia ser melhor também, logo no início do mês voltado ao orgulho LGBTQ+.

Todos os atores que interpretam Elton John em qualquer momento do filme fazem o papel muito bem. Taron, com certeza, é incrível, mas as crianças também não ficam para trás. Matthew Illesley interpreta a versão mais nova de Elton e é uma criança linda, além de muito expressiva. Kit Connor (Somente o Mar Sabe, 2018) faz Elton no começo da adolescência e tem uma voz linda, participando de uma das canções mais bonitas de todo o filme.

Os figurinos ficaram tão lindos!

As músicas, diferente de como foi trabalhado em Bohemian Rhapsody, complementam a história como uma parte quase atrelada ao diálogo, muito comum em musicais. Então é uma chance de ver canções já muito famosas ganhando uma nova luz e um novo sentido. Todo o resto gira em torno da essência de Elton John como artista: os figurinos são extravagantes, exagerados e beirando o brega da melhor maneira possível. Os atos musicais são bem trabalhados, os ballets são plurais e mudam de acordo com a profundidade da história, o que deixa a experiência mais completa.

Rocketman chega com um roteiro bem trabalhado, ótima qualidade de imagem, som, fotografia, figurino e atuações. Todas as partes que são “espalhafatosas” ou que podem ser consideradas “demais” são tiradas de letra dentro do quesito que o filme retrata a história de Elton John. E isso é o que Elton John é. Essa cornucópia de brilho, paetê, piano e música. Talvez aqui esteja uma das indicações ao Oscar do ano que vem. A Vigília recomenda!

Veredito da Vigilia


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