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Pluft, o fantasminha tem efeitos especiais bons, mas texto desatualizado

Baseado na obra de Maria Clara Machado, Pluft, o Fantasminha chega aos cinemas no dia 21 de julho para aproveitar as férias escolares. Com bons efeitos visuais, mas roteiro e atuações que deixam a desejar, o filme de Rosane Svartman parece desatualizado.

Pluft, o fantasminha conta a história da menina Maribel (Lola Belli). Ela é sequestrada pelo pirata Perna-de-Pau (Juliano Cazarré), que quer achar o tesouro do avô da menina. O tesouro está na casa abadonada em que moram Pluft (Nicolas Cruz), Mãe Fantasma (Fabíula Nascimento) e Tio Gerúndio (José Lavigne). Como Pluft tem medo de gente, foi um desafio ajudar Maribel num primeiro momento e esse é o grande desenrolar do filme: Pluft, o fantasminha encarando seus próprios medos.

Infelizmente, as atuações são fracas. Com exceção de Fabiula Nascimento do elenco principal, os outros atores e atrizes estão exagerados e até mesmo caricatos. Fabiula é a única que acerta o tom da sua atuação. O elenco infantil também não se destaca. Acostumados com Turma da Mônica, subimos nossa régua nas atuações infantis e isso pode deixar as outras obras um pouco atrás. 

Juliano Cazarré vive o Pirata Perna-de-pau em Pluft, o fantasminha
Juliano Cazarré vive o Pirata Perna-de-pau em Pluft, o fantasminha

Sou uma pessoa nascida nos anos 90 e percebi que, infelizmente, o enredo do filme não foi atualizado para 2022. Isso me incomodou profundamente. Quem convive, tem uma criança ou até mesmo se interessa por assuntos de maternidade e paternidade sabe que hoje em dia, evitamos alguns termos e atitudes que eram comuns no século passado. Porém, em alguns momentos, observamos a mãe de Pluft falando que, se o pai dele fosse vivo, “ia dar uma surra no menino para ele deixar de ser covarde”. Uma frase totalmente inadmissível atualmente. 

Em muitos aspectos, a parte teatral funciona na tela. Os figurinos repetidos, as alocações. Tudo parece fazer sentido se sabemos que o livro virou uma peça de teatro antes de virar filme. Uma cena específica no bar dos piratas é excelente e representativa. Aliás, no bar dos piratas temos boas participações especiais.

O ponto alto do filme são seus efeitos especiais. O primeiro filme infantil de live-action em 3D que realmente impressiona. Todas as aparições dos fantasmas que foram feitas a partir de filmagens subaquáticas são impressionantes e devem fazer as crianças vibrarem na sala de cinema. 

Preciso confessar que fui assistir esse Pluft, o Fantasminha de coração aberto. Afinal, a história de Pluft dialoga com a minha infância e o livro morava em um lugar feliz da minha memória. Porém, apesar dos bons efeitos visuais, a falta de atualização e as repetições constantes no roteiro puxam a qualidade do filme para baixo.

Veredito da Vigilia

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