CríticaFilmes

Papai é Pop fala de afetividade e lembra que ninguém está pronto

Você que é pai, mãe, madrasta, padrasto ou cuida de uma criança: alguém te ensinou alguma coisa sobre esse assunto? Alguém te preparou para a parentalidade? A resposta é não, certo? E quando uma criança chega na sua vida, isso assusta. Afinal, existe um ser que depende de você para sobreviver. É sobre esses altos e baixos de criar um ser humano que Papai é Pop se baseia.

Lázaro Ramos é Tom, um pai atrapalhado, criado por uma mãe solo, Gladys (a INCRÍVEL Elisa Lucinda, de 3%), e que não sabe exatamente como é ser pai. Elisa (Paolla Oliveira) se vê basicamente sozinha quando Laura chega. Com medo, inseguro e apavorado, Tom acaba fazendo a mesma coisa que seu pai (alô, Freud, corre aqui): ele foge. Da família, da adaptação, da filha. E aí começamos a ver uma jornada para a descoberta da paternidade que, preciso confessar, me deixou com lágrimas nos olhos.

Baseado no livro de Marcos Piangers, Papai é Pop tem participações especiais como de Leandro Ramos e Dadá Coelho e faz com que a gente reflita sobre relações. Não só de paternidade ou maternidade, mas as nossas relações com nossos companheiros. Será que não estamos pensamos mais em nós do que na relação em si? Será que não devemos abrir mão dos nossos caprichos pelo bem da família? Até quando vale fugir dos problemas?

Lázaro Ramos é um ator incomparável. Todo trabalho que ele fez, desde Cinderela Baiana até na direção de Medida Provisória, ele se destaca. Como um pai inseguro, atrapalhado e um marido ausente que procura seu arco de redenção, Lázaro emociona.

Abandono parental é um dos grandes temas de Papai é Pop

Dirigido por Caíto Ortiz, o filme, que é contado pela visão de Tom, livremente inspirado nas crônicas de Piangers, aborda o abandono parental de diversas formas. Tanto na visão de quem foi abandonado e quanto na visão de quem está prestes a abandonar. Mas tudo isso pode ser um grande aprendizado.

Cheio de afetividade e aprendizado, Papai é Pop emociona de diversas maneiras, mas não é um filme inesquecível. A química entre Paolla e Lázaro parece não acontecer. Algo está travado entre eles. Outro ponto contra é a abordagem da adoção, totalmente equivocada, prestando uma desinformação ao público.

Paolla Oliveira e Lázaro Ramos não parecem funcionar em Papai é Pop
Paolla Oliveira e Lázaro Ramos não parecem funcionar em Papai é Pop

Papai é Pop nos lembra que ninguém ensina nada de fato sobre o que é ter uma criança. Nos lembra que todo momento pode ser o momento de criar um vínculo com aquela criança que surgiu em nossas vidas. E que tem dias que cansa. Que o cuidador também precisa de um carinho ou um afago.

Papai é Pop estreia no dia 11 de agosto, final de semana de Dia dos Pais. Vale a pena levar o paizão para assistir!

Veredito da Vigilia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *