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“Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez” é revelador e emocionante

Dia 29 de dezembro de 1992 amanheceu com uma notícia que chocou o Brasil. E, na realidade, tudo indicava que a grande manchete do dia seria o impeachment de Fernando Collor, o então presidente do país. Porém, a morte de uma estrela da novela das 9 (na época era das 8) foi o que marcou a data. Com estreia prevista para 21 de julho, Pacto Brutal: o assassinato de Daniella Perez é a nova série documental da HBO Max … e já adianto que merece o seu play.

Talvez você não se lembre dos detalhes, mas você já ouviu falar neste crime. Daniella, ou Dani, como era chamada pelos amigos, era filha da autora de novelas Glória Perez. Com 22 anos, ela estava em ascensão na sua carreira. Ia bem na novela da mãe, em que foi escalada e ensaiava uma peça musical com muita dança, sua paixão. E seu companheiro de cena era o marido Raul Gazolla. Ao que tudo indicava, 1992 teria sido um ano excelente para a família Perez. Porém, há poucos dias da virada, tudo mudou. 

Daniella, a Yasmin de De Corpo e Alma, foi assassinada por seu colega de cena e segundo par romântico, Guilherme de Pádua, o Bira, e pela esposa dele Paula Thomaz, que estava inclusive grávida. E é sobre essa história que discorre a série documental com 5 episódios de cerca de uma hora cada.

O assassinato de Daniella Perez quase 30 anos depois

Por quase trinta anos, Glória Perez se recusou a realizar alguma produção sobre o crime que sua filha sofreu. Contudo, desta vez ela topou, por confiar em Tatiana Issa, roteirista e diretora do documentário, ao lado de Guto Barra. Tatiana é vencedora de um Emmy e nomeada a outros dois, e seu trabalho em Pacto Brutal: o assassinato de Daniella Perez é realmente excelente.

Glória Perez fala de detalhes da morte e das consequências em Pacto Brutal: o assassinato de Daniella Perez
Glória Perez fala detalhes da morte e das consequências em Pacto Brutal: o assassinato de Daniella Perez

Com uma costura bem feita entre depoimentos de amigos e familiares de Daniella com policiais e participantes do julgamento e entrevistas, o documentário vai desenhando para o espectador quem era a Dani e como o crime impactou não só a vida da menina de 22 anos, mas de uma família toda e de todos a sua volta. Dani tinha carisma, era uma menina querida por todos e a sua morte foi algo que deixou o Brasil abalado.

Além de Glória e Raul, Fábio Assunção, Eri Johnson, Cláudia Raia, Alexandre Frota, Maurício Mattar e muitos outros atores e atrizes, além de diretores, produtores e pessoas envolvidas na vida da família de Daniella deram depoimentos inéditos, contando detalhes das suas sensações, percepções e sentimentos sobre o que aconteceu naquele dia e nos dias que se seguiram. São falas muito emocionantes, que mostram a luta de uma família e de todos que os cercam para continuar a vida. Os depoimentos mais emocionantes são, obviamente de Glória, mas o tio de Daniella, a prima e Raul Gazolla emocionam muito.

Raul Gazolla emociona em Pacto Brutal: o assassinato de Daniella Perez
Raul Gazolla emociona em Pacto Brutal: o assassinato de Daniella Perez

Assinada por Felipe Ayres, a trilha sonora original é ótima e casa muito bem as cenas. Ayres é o responsável pela trilha dos Podcasts do Projeto Humanos Caso Evandro e Altamira e também foi o responsável pela trilha sonora da série do Caso Evandro na Globoplay.

Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez é uma excelente série documental que mostra com detalhes e relembra momentos de um crime que mora no imaginário dos brasileiros. Todavia, recomendo que você veja um episódio por semana. Primeiro, porque é quase impossível não sofrer muito com a família enlutada e segundo, porque parece um formato desenhado para isso. Ele é, muitas vezes, repetitivo, o que torna a distância ideal para relembrar aquilo que já foi assistido. Esse é talvez o único “porém” da série.

A Vigília recomenda muito!

Veredito da Vigilia

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