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Operação Overlord e os zumbis na Segunda Guerra

O carimbo de J. J. Abrams (Star Wars: O Despertar da Força, Strar Trek: Sem Fronteiras) em uma produção já desperta a curiosidade, não é mesmo? Em Operação Overlord, filme que estreia no Brasil no dia 8 de novembro, não é diferente. Durante o início, o longa dirigido por Julius Avery é um característico filme de guerra. O ano é 1944 e o cenário é a Segunda Guerra Mundial. Um grupo militar americano precisa desembarcar na França para destruir um transmissor alemão. Com um “pouso forçado”, os soldados caem no mar, em meio a muita explosão, destroços e tiros. Cenas muito bem feitas, que abusam de recursos visuais e ângulos inesperados nos transportam a esse momento de caos. Um grandioso cartão de visitas. Seja bem-vindo, você está em Operação Overlord.

 

Já em solo francês, o grupo liderado por Boyce (Jovan Adepo, de The Leftovers) e Ford (Wyat Russell, de Jovens Loucos e Mais Rebeldes) encontra a francesa Chloe (Mathilde Ollivier) que os leva até o vilarejo onde vive. A jovem cuida sozinha de sua tia doente (o que nos garante um bom susto) e seu irmão mais novo, Paul, após seus pais terem sido levados pelos alemães (frequentemente chamados de “chucrutes” pelos americanos). Para poder garantir o bem-estar deles, Chloe é abusada sexualmente (frequentemente) por um militar nazista.

A partir daí, percebemos conflitos bastante humanos na trama. Vemos Boyce questionando a tal bordão “missão dada é missão cumprida”, sobretudo quando essa missão tenta prevalecer sobre a moral. O dever contrapondo o que é certo, o que deve ser feito. Temos aí um interessante toque de subversão.

Boyce (Jovan Adepo) e a francesa Chloe (Mathilde Ollivier) em uma guerra cheia de mistérios

Mesmo com os personagens cumprindo alguns estereótipos em filmes do gênero (o soldado bonzinho, a mulher forte e durona, o fanfarrão com sotaque marcado, o soldado com  experiência em batalhas sem tempo para “mimimis”…), o espectador se prende a um tom divertido e de amizade entre eles.

Com foco em destruir a torre nazista, Boyce acaba descobrindo um laboratório subterrâneo, construído para criar supersoldados. Os “soldados milenares para o reich milenar”. Um experimento cruel, que reanima mortos em batalha e usa moradores da vila, como cobaia, para virarem criaturas “imortais” (ou zumbis mesmo). Essa mistura de fantasia com a guerra fica bem interessante o que garante cenas cheias de violência, sangue e efeitos visuais incríveis. Tudo isso, sempre costurado muito bem com toques sentimentais. O resgate de Paul e seu relacionamento com um dos soldados é um grande exemplo disso.

Operação Overlord, que chama atenção pelo carimbo de J. J. Abrams, é um filme muito bem feito, que faz jus ao hype que ganha com o diretor querido do mundo nerd. E ainda tem um final que pretende deixar aquela “pulguinha atrás da orelha”, claro, para quem não é muito cético. Méritos também para o diretor Julius Avery, que é cotado para assumir a nova adaptação de Flash Gordon para o cinema. Mais um bom indício de seu trabalho por aqui.

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