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O Retorno de Mary Poppins, um musical de encher os olhos | Crítica

Após 54 anos, Mary Poppins retornou às telas de cinema. O filme que mostra que tudo é possível, até mesmo o impossível, te coloca um sorriso no rosto, algumas lágrimas nos olhos e deixa a todos com a playlist (que você pode conferir abaixo) na cabeça. O Retorno de Mary Poppins é leve, cantante e alegre, um filme que as crianças e os adultos merecem.

Com direção de Rob Marshall (Chicago, Memórias de uma Gueixa), O Retorno de Mary Poppins mostra uma Londres durante a Grande Depressão, onde a família Banks passa por dificuldades. É aí que a babá mágica, vivida com maestria por Emily Blunt (Um Lugar Silencioso), acompanhada seu fiel escudeiro, o lume Jack, que ganha a vida por Lin-Manuel Miranda (do aclamado musical da Broadway “Hamilton”), retorna à família dos Banks para auxiliar os adultos à acreditarem na magia.

Apenas o Sr. Dawes Jr. (Dick Van Dyke), o banqueiro da cidade, retorna na sequência, mas podemos dizer que o filme é nostalgia pura. Temos muitas referências do longa original, como a casa na Rua das Cerejeiras e até mesmo o sótão, com alguns brinquedos da época do primeiro filme. Michael (Ben Whishaw) cresceu e agora tem três filhos, crianças queridas e educadas, que precisaram amadurecer muito depois da morte da mãe. Na companhia de sua irmã, Jane (Emily Mortimer), que o acompanhou na primeira aventura, ele tenta sair das enrascadas em que a vida o coloca.

Emily Blunt merece um capítulo só para ela. Afinal, apesar de usar o mesmo figurino da primeira versão, a atriz mostrou que não é só a roupa que faz a personagem. Emily cantou, atuou e encantou. Foi um alento para os olhos ver essa atriz em cena, que despontou muito desde sua aparição em O Diabo Veste Prada e já contracenou com Tom Cruise em No Limite do Amanhã. Fez jus à sua indicação ao Globo de Ouro. Fora que também emplacou um sucesso enorme em 2018 em Um Lugar Silencioso com o maridão John Krasinski.

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Que atuação incrível!

Seu parceiro de cena, Jack, nos apresenta um ator, cantor e dançarino que também enche os olhos. Lin-Manuel Miranda mostra que seus conhecimentos na Broadway podem compor extremamente bem um filme da Disney. Inclusive, não podemos descartar uma possível indicação ao Oscar de ator-coadjuvante, além do Globo de Ouro que ele já foi indicado. A cena em que ele e os lumes dançam pela cidade tem apenas um defeito: ela acaba.

Meryl Streep também aparece no filme, em uma pequena sequência de cenas, em um cenário totalmente de cabeça para baixo. Cantando, dançando e enchendo a tela, como fez em Mamma Mia, a consagrada atriz não ganhou tanto tempo, mas faz uma participação pontual e marcante.

O Retorno de Mary Poppins traz uma intervenção absurdamente bem feita entre animação e  live-action, em uma cena com desenhos 2D. É daquelas que enchem os olhos, que nos transportam para uma experiência totalmente diferente de cinema que estamos acostumados.

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Cena excelente!

Com figurinos ambientados na década em que se passa o filme, mas que ganham cores e deixam a película divertida, o filme pode até arriscar uma premiação nesse quesito. As cores e os cenários são muito bem desenhados e a montagem de todo o filme é muito bem feita.

Como todo bom musical, a trilha sonora completou o filme, ensinou lições e deu um ótimo ritmo. E como já ele já tem indicação ao Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora para Filme, essa é uma categoria que pode ser premiada tranquilamente. Aqui, também vemos um ótimo trabalho de montagem, casando com maestria os acontecimentos com o fundo musical.

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O reencontro dos Banks com Mary Poppins!

A parte mais fraca de todo o enredo, que não chega a prejudicar, é a previsibilidade da resolução do problema que a família Banks encontra. Ao menos para os adultos, é um tanto quanto óbvio que tudo dará certo, talvez para as crianças, o público-alvo, isso seja uma surpresa. Mas devemos salientar que o grande vilão, Willian, vivido por Collin Firth (vencedor do Oscar por O Discurso do Rei e uma das estrelas de Kingsmanalém de participar de O Diário de Brigitte Jones), pode apavorar os pequenos.

O Retorno de Mary Poppins é um musical daqueles que dão um gostinho de Broadway e que eram tão comuns nos anos 60, mas com a tecnologia de 2018. É lindo, colorido, leve e nem te faz perceber as duas horas que se passam durante o filme.

Para escutar e ir se ambientando:

Veredito da Vigilia

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