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O Gato de Botas 2: O Último Pedido é agitação para a garotada

Em 2011 tivemos o primeiro filme do Gato de Botas. Na época, um badalado spin-off da franquia arrasa-quarteirões que foi Shrek que vinha sendo a sensação desde sua estreia no já distante ano de 2001. E agora, em janeiro de 2023, temos a sequência, O Gato de Botas 2: O Último Pedido, que resgata o spin-off quase esquecido do felino mais cativante do Reino de Tão, Tão Distante. Com uma animação caprichada e com o pé no acelerador, O Gato de Botas 2 tem tudo para fazer sucesso com os pequenos, mas, infelizmente, não é tão certeiro quanto seu original e a própria “franquia” de Shrek e companhia. Falta o elemento que cativou jovens e adultos por aqui.

Acompanhamos o Gato de Botas (dublado no original por Antonio Banderas, e aqui no Brasil por Alexandre Moreno), em novas aventuras, mas, logo de cara, o seu carisma, ímpeto e ousadia vão lhe trair. Encarado pela própria morte, ele descobre que já gastou oito de suas nove vidas, e portanto, decide se aposentar, em um retiro para animais “em situação de vulnerabilidade social”.

Mas é claro, uma animação com o pé no acelerador não poderia ficar só em ritmo de aposentadoria. Afinal, a passagem pelo “asilo” serve para inserir o novo, e talvez o melhor personagem do novo filme, que é o “Perrito” (dublado no Brasil por Marcos Veras). São deles com certeza os melhores alívios cômicos. Mas o elenco ainda se estende também com a volta de Kitty Pata Mansa (e um segredo nunca revelado entre ela e o Gato), e a clássica mistura do Reino de Tão Tão Distante que nos traz Cachinhos Dourados (dublada por Giovanna Ewbank, o ponto fraco do filme), uma nova versão dos Três Ursos, com o Bebê (Sérgio Malheiros), o vilão João Trombeta (Bernardo Legrand) e o Lobo Mau/Morte (Sérgio Moreno).

Todos eles se envolvem na busca pelo tal “Último Desejo”. Uma espécie de estrela do poder que vai conceder um… grande poder … a quem encontrá-la. Aí entramos em uma missão, que segue outra missão e assim por diante, deixando o ritmo acelerado, mas talvez um pouco desconexo de seu propósito final como uma história mais centrada e com algum ensinamento mais interessante. Seguimos a sequência de ação desenfreada, e aqui vale destacar o capricho da animação, que em alguns momentos nos lembra o destaque e o deleite visual que foi o vencedor do Oscar Homem-Aranha no Aranhaverso, mas isso acaba não sendo o suficiente.

Como um bom blockbuster que aprendeu muito nos últimos anos com o boom do gênero de super-heróis nas telonas, O Gato de Botas 2: O Último Pedido, no final das contas, acaba sendo um grande chamariz pela sua cena pós-créditos. É nela que pode residir nossas esperanças por um resgate completo do reino que aprendemos (e crescemos amando) desde duas décadas atrás. É o único momento em que o cinema vai realmente vibrar.

O Gato de Botas 2: O Último Pedido estreia dia 5 de janeiro.

Veredito da Vigilia

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