Mulher Maravilha | Crítica sem Spoilers
O aguardado filme da Mulher-Maravilha estreia na quinta-feira, dia 1º de junho. E para não estragar a novidade, vamos fazer a nossa primeira crítica tentando não entregar nada. Mas o que importa antes de sua ida até o cinema é: Sim, a DC/Warner acertou e temos um ótimo filme. É difícil não sair do cinema com aquela sensação de alívio. A diretora Patty Jenkins (Monster: Desejo Assassino) fez um excelente trabalho e nos entregou uma grandiosa história de origem. Menção honrosa, sejamos justos, para Zack Snyder, que também assina o roteiro. A DC no cinema respira muito bem, e ainda deixou em aclive a expectativa para Liga da Justiça. E o melhor, os trailers não estragaram ou entregaram cenas importantes. Atenção estúdios, por favor sigam esse exemplo.
Mulher-Maravilha traz um frescor importante para os filmes de origem de super-heróis adaptados da arte sequencial. A premissa de uma mulher que enfrenta pela primeira vez o mundo dos homens funciona e nos remonta antigos filmes de aventura, quando aquela pontinha de inocência fazia com que nossos heróis fossem não só carismáticos, mas honrados, justos e corretos. Todas essas são qualidades muito em falta hoje em dia no nosso mundo. Ainda mais em nosso País. E é essa inocência que move nossa heroína, que vai descobrindo seus poderes conforme vai enfrentando seus obstáculos no mundo dos homens.
Outro ponto importante e que refresca nossos olhos: a volta das cores. Sim, Zack Snyder tem méritos por criar toda a linha estética do Universo DC nos cinemas. A maior parte das criações são acertos, mas ele insistiu em um tom mais sombrio, e acabou errando. Agora, com Mulher-Maravilha, temos um cenário inspirador, com uma paleta de cores tão lindas quanto as que já vimos em cartazes e trailers. Um verdadeiro colírio, além de um grande estimulante, afinal, as cores influenciam absurdamente em nossas vidas e no nosso humor. Um filme de herói, por ser um certo escape da realidade cinza, muitas vezes pode ser um alívio para todos nós, e em Mulher-Maravilha é. E você vai notar bem isso. Entretanto, em determinada parte do filme o tom muda, e é quando ele mais vai nos incomodar.
A recriação e sua origem chegam a um tom muito bom quanto aos quadrinhos, fazendo jus às HQs, com sutilezas que não afetam o espectador mais exigente. As cenas em Themyscira são grandiosas e dá vontade de ver um filme inteiro só rodado na ilha das amazonas (fica aí a ideia de um spin-off). O elenco escolhido cumpre sua função com louvor, principalmente nas encarnações de Hipólita (Connie Nielsen) e Antíope (Robin Wright, a Claire Underwood de House Of Cards) e os amigos de exército de Steve Trevor (Chris Pine). Gal Gadot completa e protagoniza uma Diana Prince da melhor forma, corretamente diferenciada da que vimos em Batman Vs. Superman.
A trama não é a clássica jornada do herói, mas você também não vai sentir tanta falta. Diana quer acabar com a Guerra e seu deus maligno, Ares. Nada menos que a missão imposta desde seu nascimento. O revés de Ares fica como a surpresa e a batalha final, apesar de ser o clássico vilão de videogame (muito parecido com o que vimos em Rei Arthur: A lenda da espada), ajuda a comprovar a evolução de Diana. E pra não dizer que não vamos criticar, chegou a hora: Mulher-Maravilha apanha, mas nada afeta sua maestria e majestosa beleza. Nenhum arranhãozinho em sua linda cútis. Talvez o problema dos personagens “over power” da DC. Vamos lá, até o Batman tirou sangue do Superman.
Ao cair das cortinas, quase um susto. O final é quase jogado fora. Mas acertadamente, somente vemos aquela velha assinatura, tal qual Sam Raimi fez no primeiro filme do Homem-Aranha. Sobe a cor, sobem as legendas, e você sai do cinema feliz.
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Ótima e sincera crítica! Com certeza WW está aí pra arrasar, muito ansiosa pra ver!
Sim, é cheia de significados! 🙂