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Megatubarão: o blockbuster do ano | Crítica

Tudo começou com Steven Spielberg. Volte ao ano de 1975 e a ideia estava lá. Pegue o material de divulgação do filme Tubarão (Jaws) e comprove: Megatubarão existe nos nossos imaginários desde então, mas só agora veio para as telonas nessa fórmula mágica dos blockbusters de Hollywood, que consiste em pegar um grande ator conhecido do público e dos filmes de ação (Jason Statham), jogá-lo numa trama sem grandes compromissos e que envolva ficção científica e fenômenos da natureza, com um material rico e carregado em efeitos especiais que fazem qualquer coisa parecer real nos dias de hoje. Pronto! O sucesso agora depende das bilheterias, o que deve se confirmar. Afinal, quem resiste a um filme com um Jason Statham enfrentando um Megatubarão com mais de 20 metros? Já posso imaginar o episódio do pessoal do Choque de Cultura comentando esse petardo cinematográfico.

 

Megatubarão é dirigido por um conhecido dos filmes de aventura. Jon Turteltaub é veterano e passou por grandes títulos dos anos 90 que ficaram conhecidos nas matinês cinéfilas de adultos e adolescentes. É dele o nostálgico Três Ninjas (1992, se você reconheceu o filme de primeira, deixe nos comentários, prometemos um prêmio especial por isso), Jamaica Abaixo de Zero (1993) e A Lenda do Tesouro Perdido (2004 e 2007). Ele reuniu, além de Statham, a chinesa Bingbing Li (Transformers: A Era da Extinção), Ruby Rose (recentemente confirmada como a Batwoman da TV), o sempre engraçado Rainn Wilson (Super) e a pequena Shuya Sophia Cai, que rouba a cena. Ou seja, além dos ingredientes mencionados no primeiro parágrafo, ele ainda mirou alguns milhões de dólares do mercado estrangeiro (mais precisamente o chinês).

Megatubarão: Que tal confrontar esse peixinho?

O melhor em entrar em um filme como Megatubarão é saber que você não vai ser enganado. Ao contrário de Acrimônia (olha a utopia do cinema), aqui a previsibilidade joga a favor, embora ainda apareçam algumas surpresas. E o melhor, Megatubarão carrega o imaginário de 1975 com leves toques do cinema trash que aparecem na maioria dos filmes com tubarão com baixo orçamento (e você encontra alguns exemplos aqui).

Em equipe: o clássico grupo que busca atingir todos os públicos

Vamos aos clichês: mocinho badass, boa pinta e engraçado (e divorciado) ; mocinha inteligente e corajosa (e divorciada); filha indefesa que leva o alívio cômico; investidor megalomaníaco que faz as vezes de vilão; equipe multicultural e unida que perde amigos queridos. Faltou alguma coisa? Provavelmente não. Nem mesmo clássicas frases de efeitos e cenas memoráveis (ou nem tanto). Enfim, é tudo muito igual a qualquer coisa. O fato negativo fica com Ruby Rose que não consegue entregar um personagem tão cativante. Já o fato positivo é novamente ter um Megatubarão aparecendo a cada 10 minutos.

É pra levar o filme a sério? Claro que não. Você vai rir assim como em Adrenalina e Carga Explosiva? Sem dúvidas. Você vai se divertir com um Megatubarão (será que é só um?) em uma tela gigante? Certamente. Mas com certeza, uma dúvida ainda vai ficar na sua cabeça após essas sequências marcantes de ataques, sustos, alívios cômicos e pipocas perdidas no chão do cinema com todos os clichês possíveis do início ao fim. Quem é maior: Jason Statham ou The Rock? Um futuro nem tão distante poderá nos dizer.

Veredito da Vigilia

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