Marcos Palmeira recebe o Troféu Oscarito
Nascido em 1963, a carreira de Marcos Palmeira teve o seu início já em 1970, quando ele tinha apenas 7 anos. Daí em diante, foram mais de cem trabalhos executados, entre cinema, televisão e teatro. Suas performances marcantes, sua dedicação intensa e seu envolvimento em causas sociais e ambientais, garantiram ao artista a homenagem do Troféu Oscarito, durante a segunda noite do 50º Festival de Cinema de Gramado.
Na tarde de sábado, 13 de agosto, o ator participou de uma coletiva de imprensa. Em um bate-papo com um dos curadores do Festival, Marcos Santuario, Palmeira relembrou alguns momentos marcantes de sua vida e de sua carreira.
O artista trouxe histórias sobre o seu primeiro emprego, no Museu do Índio, em que teve a oportunidade de participar de um grupo com Sydney Possuelo, um indigenista, ativista social, etnógrafo brasileiro, diretor e roteirista, considerado a maior autoridade com relação aos povos indígenas isolados do Brasil. Essa experiência, durante a década de 1980, com os Indígenas do Povo Arara, fez, inclusive, com que Marcos Palmeira quase desistisse de sua carreira como ator, considerando tornar-se “uma ponte entre os povos indígenas e a sociedade, de uma maneira simples e com menos atritos e conflitos”, segundo ele. Em seguida, percebendo que fazia, basicamente um stand-up sobre as atividades cotidianas de nossa sociedade para esses povos, ele viu o seu propósito como artista se reacendendo.
Em seguida, comentou também sobre a sua participação no longa gaúcho “Anahy de Las Missiones”, de 1997, protagonizado por Araci Esteves, que fora homenageada no dia anterior, com o Troféu Cidade de Gramado.
É claro que o tema “Pantanal” também surgiu. Marcos Palmeira, que esteve na versão de 1990, como “Tadeu Leôncio”, mas hoje vive “Zé Leôncio”. Ele comentou sobre como a nova versão da novela acompanhou as mudanças da sociedade e que também retomou o espírito de as pessoas se reunirem em frente à televisão, em um horário determinado, para acompanhar uma obra, unindo gerações. Além disso, comentou sobre a sua empolgação em participar do remake, que toparia ter participado de qualquer papel na novela, desde que pudesse estar envolvido no projeto. Os desafios de interpretar o personagem de Zé, um homem maduro, enquanto ainda se vê como um eterno jovem, também foram apontados pelo ator.
Próximos projetos
O ator também comentou sobre o seu mais recente filme, “O Barulho da Noite”, dirigido por Eva Pereira. Segundo ele, é um filme diferente de todos os filmes que já fez até hoje, com uma carga e um poder de trazer uma visão sobre pedofilia e abuso infantil de uma maneira visceral e, ao mesmo tempo, poética.
Para encerrar a coletiva, Marcos diz ver o cenário do audiovisual, com os streamings, com muito otimismo, enaltecendo o poder do cinema e das produções nacionais.
À noite, o ator subiu ao palco, após uma homenagem em vídeo relembrando grandes papéis de sua carreira e, emocionado, aceitou o Troféu Oscarito, que, anteriormente, já fora dado a nomes como Marco Nanini, Lázaro Ramos, Dira Paes, Sônia Braga, Marília Pêra, Gloria Pires, Fernanda Montenegro, Antonio Fagundes, Glória Menezes e Tarcísio Meira, Marieta Severo, Lima Duarte, entre outros.
Novamente, o ator exaltou a importância do Festival de Cinema de Gramado, relembrou alguns pontos importante de sua carreira e tirou muitos e muitos aplausos do público.
Confira abaixo o vídeo com melhores momentos da coletiva de imprensa com Marcos Palmeira!
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