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Mais que Amigos é a comédia romântica que você precisa ver

Quando falo em comédia romântica, talvez você pense automaticamente em comédia romântica heteronormativa. Contudo, Mais que Amigos, que estreia no dia 6 de outubro, vai te divertir e entregar uma ótima sessão de cinema LGBTQIA+.

Encontros pela internet frustrados, papos chatos, sexos mecânicos e festas em que contamos as horas para ir embora. Quem é solteiro ou solteira passa por isso frequentemente. A busca de uma companhia é algo inerente ao ser humano e, muitas vezes, frustrante. Nem sempre aquela pessoa legal da internet é divertida em um date, nem sempre a foto é parecida com a vida real e às vezes não bate a química. Mas faz parte. Porém, assim como Bobby (Billy Eichner), você pode chegar aos 40 e estar frustrado com isso. E, diversas vezes, até mesmo desacreditar no amor. Porém, numa noite qualquer, em uma festa qualquer, aquela pessoa que você sempre imaginou pode estar ali, dançando sem camisa e sendo taxada de chata, como Aaron (Luke Macfarlane).

Mais que Amigos consegue levar ao público inúmeras lições. Sobre amor, sobre aceitação, sobre se colocar no lugar do outro. Bobby e Aaron vieram de realidades totalmente diferentes. O primeiro sempre foi incentivado pelos pais a ser quem ele gostaria de ser. É artista. Tem um podcast, realiza seu sonho. Enquanto Aaron saiu de uma cidade pequena e ainda precisa provar para os pais o seu valor. Relacionamentos não são feitos do mesmo ponto de partida. Cada pessoa tem um background totalmente diferente e o roteiro do longa consegue criar os paralelos para deixar isso bem claro.

Inclusive, a jornada do protagonista Bobby é até um pouco diferente do que geralmente temos em comédias deste tipo. No primeiro ato, ele é irritante, um chato. Se torna um personagem difícil de criar conexão. No segundo ato, começamos a nos afeiçoar e entender todas as tuas chatices. No terceiro, estamos torcendo muito por ele.

Divertido e inteligente, o filme do diretor Nicholas Stoller (Vizinhos e Friends From College) trouxe muitos comentários ácidos, diálogos espertos e situações divertidas que te fazem se entregar ao filme. O mais interessante desta comédia romântica é o fato dela se propor a estourar sua bolha e chegar em públicos que, muitas vezes, não estariam dispostos a assistir um filme LGBTQIA+. A passagem de tempo conforme as estações, o choro assistindo filme, os natais em família presentes nas comédias românticas também estão nessa. Além disso, as referências do universo estão todas lá e as participações especiais vão deixar o público animado. Inclusive, temos cenas hilárias com Debra Messing de Will and Grace. O nome de Jason Momoa também é citado. Fique atento aos diálogos e aos pôsteres.

Mais que Amigos é uma ótima comédia romântica
Mais que Amigos é uma ótima comédia romântica

O sexo é explorado e abordado de diversas formas e conjunturas. Pode, inclusive, chocar os mais puritanos. Mas sempre acredito que o cinema está aí para chocar e para normalizar o que acontece em nossa sociedade. Afinal, por anos e anos vimos casais heterossexuais na cama em telas de cinema. Por que agora isso pode incomodar? Assim como em Boa Sorte, Leo Grande, quando foi abordada a vida sexual de uma mulher mais velha, esse filme acerta em abordar com naturalidade o sexo entre dois homens.

Por sorte, Bro perdeu sua tradução inicial para “Mais que amigos, Friends” e passou a se chamar Mais que Amigos. Esse filme não merecia um nome memético. É um filme leve, divertido, engraçado sobre amor, encontros e desencontros. Vale a pena chamar o crush e pegar uma sessão!

Veredito da Vigilia

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