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Legalidade, de Zeca Brito, conta história com exagero novelesco | Crítica

Em um belo tributo ao ator Leonardo Machado, que faleceu em 2018 e que por muitos anos foi o apresentador do Festival de Cinema de Gramado, uma sessão especial do filme Legalidade foi realizada no domingo, dia 18 de agosto. Dirigido por Zeca Brito, o filme conta uma parte da história política, encabeçada por Leonel Brizola, vivido pelo próprio Leonardo Machado.

Equipe prestando homenagem à Leonardo Machado. Foto: Edison Vara / Agência Pressphoto

Apesar do contexto documental, o filme se divide entre histórias baseadas em fatos reais e passagens e personagens ficcionais, que acabam conduzindo a trama. Leonel Brizola, por vezes, é deixado de lado para contar uma história de amor entre jornalistas, que não existiram na vida real. 

Cecília Ruiz, vivida por Cléo Pires, se envolve em um triângulo amoroso com Luis Carlos Oliveira, com uma atuação destaque de Fernando Alves Pinto, e com Luis Antonio Oliveira, o Tonho, vivido por Jose Henrique Ligabue. A jornalista e agente da SIA praticamente protagoniza o filme, com seus belos figurinos e atuação mediana. 

Nem todos os núcleos funcionaram…

Legalidade é bem resolvido em vários pontos. A produção é excelente, pontos para Luciana Tomasi. Os cenários e os figurinos de época, unidos com a direção de arte, entregam um visual adequado. A fotografia traz imagens lindíssimas da região das Missões, mas é muito escura em vários momentos.

O maior mérito de Legalidade vai para a montagem. Casando perfeitamente a fotografia, com a trilha sonora e imagens de arquivo, temos uma produção que agrada os olhos.

Já um dos pontos fora de tom do filme é o núcleo dos dias “atuais”, vivido por Blanca, de Letícia Sabatella. Falta figurino, cabelo, maquiagem e cor. Talvez seja proposital, tendo em vista a temática. Mas no final isso mais pode incomodar do que propriamente agregar. Pecando em suas atuações e com um enredo novelesco que tende ao populista, Legalidade conta uma parte da história gaúcha e nacional por um viés brizolista e riograndense. É um filme com uma produção caprichada e uma ambientação de época bem feita, mas que tropeça com os atores e com as falhas do enredo que mascaram o verdadeiro sentido da obra.

Veredito da Vigilia

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