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É tiro e porrada, é John Wick

Chuck Norris tem um novo pupilo. Seu nome é John Wick e ele voltou para salvar o cinema de ação. Depois do bem sucedido primeiro capítulo, no Brasil chamado de De volta ao Jogo (John Wick) de 2014, Keanu Reeves reencontrou uma franquia para chamar de sua e nós só podemos agradecer. Repleto de ação prática, sem grandes preocupações com efeitos de última geração ou toda aquela perfumaria que envenena os blockbusters da vida, em John Wick: Um Novo Dia Para Matar, temos a redenção daqueles filmes que gostávamos de ver no final dos anos 80 e início dos anos 90, com Chuck Norris, Arnold Schwarzenegger, Bruce Willis e Sylvester Stallone. Com um detalhe importante, não temos (muito) tempo para relações amorosas e o negócio é resolver tudo no soco… ou na bala … ou na faca… ou no lápis, ou no que estiver na frente mesmo.

O diretor Chad Stahelski repete a dose de De Volta ao Jogo e consegue construir de forma dinâmica as motivações que conduzem os personagens. Mais de 70% do filme é ação da melhor qualidade, e nos diálogos já estão escancarados tudo que o roteiro precisa. Já diria uma professora de Redação do curso de Jornalismo, “escrever é cortar palavras”. E por isso, Stahelski e seus roteiristas escreveram muito bem.

Pode vir, eu sou John Wick!

John Wick é o matador de aluguel mais respeitado do seu núcleo. Quando seus inimigos falam dele, já falam em tom de arrependimento. É como diz o ditado “não cutuque a onça com vara curta”. Desse plot, já temos frases e fatos marcantes sobre John Wick. Ele “matou quatro caras em um bar, só com um lápis”. “Ele matou a família de um dos maiores criminosos russos, tudo porque pegaram seu carro e mataram seu cachorro”. E ele até tentou se aposentar, mas os códigos de condutas do submundo não o deixam sossegar.

E como não o deixam em paz e resolvem dessa vez explodir sua casa, John Wick volta ao hotel onde tudo acontece. A vingança é um prato que se come frio. Mas lá, ele acaba ganhando outra missão, e a onda volta contra ele, afinal, se com “grandes poderes vem grandes responsabilidades”, em John Wick “matar pessoas traz grandes consequências”. Dessa vez, seu próprio contratante lhe trai, e coloca sua cabeça a prêmio por US$ 7 milhões. Barbada, agora somente todos os assassinos da cidade estão na sua cola.

Estou no filme, mas não se preocupe comigo.

Serão páreo para John Wick? Claro que não. A partir daí temos muita porrada e uma das maiores sequências de “head shot” do cinema. Nos bastidores já dizem que este é o filme que mais gastou com reproduções de miolos espalhados em toda a história (risos). De quebra temos uma nova dobradinha com Laurence Fishburne (o nosso eterno Morpheus), que é solicito ao amigo Keanu Reeves e lhe empresta um revólver com sete balas (vá lá, isso já o suficiente, né?). John Wick segue sua rotina de matança até o final. Depois de tiros na cabeça, ele também luta muito, e dá pra ver que o Judô é umas da preferências. A mitologia criada no primeiro capítulo também volta, e vale assistir De Volta ao Jogo (tá no Netflix) antes de se deliciar na sala de cinema. Dentro dessa mitologia já sabemos, dentro do restaurante do hotel não pode haver brigas ou conflitos. E isso funciona até certo ponto. Mas, no final, John Wick não resiste. E se em John Wick matar traz grandes consequências, matar dentro do restaurante do hotel pode nos garantir não só as piores consequências, mas a certeza que John Wick voltará. John Wick contra o mundo.

E se ainda não deixei transparecer: A VIGÍLIA RECOMENDA!

Veredito da Vigilia

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