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Halloween, o retorno triunfal de Michael Myers | Crítica

Você é fã de Halloween: A Noite do Terror, de John Carpenter de 1978? Pois prepare-se para embarcar nessa história novamente com tudo que há de melhor neste clássico de terror, um dos maiores do cinema de todos os tempos. Isso porque Halloween (2018), o “revival”, traz todos os ótimos ingredientes deixados pelo original, acrescentando, modernizando (exagerando em algumas partes) e valorizando ainda mais o título Halloween. É tudo que os fãs esperavam, desde os créditos iniciais até os finais. Pegue a pipoca, sente na poltrona, e divirta-se.

 

Vale lembrar que este novo Halloween já prometia. Durante o painel da SDCC 2018, Jamie Lee Curtis mostrou o seu envolvimento e o quanto estava empolgada para voltar ao papel que lhe lançou como estrela. A Laurie Strode que sofreu nas mãos do assassino em série Michael Myers no fatídico Halloween de 78 ficou traumatizada até agora. E esse envolvimento transpareceu muito na atriz e me contagiou por completo. Confesso que a expectativa durante a sessão para a imprensa era absurda. E isso que nunca fui grande fã da franquia, que penou com algumas continuações perdidas no tempo. Mas essas continuações podem ser muito bem ignorados. O importante é saber e ter assistido ao clássico.

Manja de Game of Thrones? Pois é, não se apegue aos personagens.

E na onda dos remakes/revivals de terror da vida, temos outro grande acerto. Assim como foi com IT: A Coisa, em 2017. A essência de Halloween está toda lá. Você já entra no clima tão logo apagam as luzes da sala e você já vê a introdução, escolhida a dedo pelo diretor David Gordon Green (O que te faz mais forte, 2017). Ali já temos a trilha sonora clássica, os letreiros oitentistas e a abóbora, tal como manda o figurino. Na história, temos o essencial para começarmos a nos preocupar. Um casal de jornalistas quer explorar a fama do serial killer e vai começar a mexer em assuntos há muito tempo engavetados. A busca por mais um “prêmio especial de jornalismo”, no entanto, pode trazer um futuro um tanto indesejado. Mas, dá pra dizer que eles são o gatilho esperado para tirar Myers do estado catatônico. Algumas surpresas também terão fatia determinante nesse resgate, mas não vou dar spoilers.

O jovem policial do primeiro ataque de Michael Myers, em 1978, agora é o xerife da cidade. E vai ter bastante trabalho.

Na cidade de interior, a família de Laurie Strodes leva uma vida teoricamente normal. A filha Karen (Judy Greer, de Homem-Formiga), tenta evitar que a agora avó, Laurie, tenha muita influência com a neta Allyson (Andy Mattichak). Isso porque os traumas ainda persistem, e Laurie passou a vida se preparando para um reencontro com o algoz de seus amigos. O que não soa nada bem para uma família “normal”. Essa construção é convincente o suficiente para os passos futuros. Mas alguma coisa ali não está legal. Mais um ingrediente interessante para a nova trama.

Laurie Strodes (Jamie Lee Curtis) tem, enfim, o seu reencontro com Michael Myers

Como estamos diante de um serial killer trancafiado por 40 anos, quando ele escapa – mais uma referência ao primeiro filme – já vemos que ele, literalmente, cai matando. E por isso, nesse filme temos mais mortes, mais sangue e muito mais tensão. E o jogo de ficar espiando e procurando o vulto de Myers em todas as cenas é uma das coisas mais legais para se fazer durante o filme. Fique com os olhos bem abertos para não ser surpreendido! E em meio a costura de um assassino solto, novamente na noite do Halloween, porque né, tem que ser … ainda vemos algumas brincadeiras como jumpscares, várias homenagens e até mesmo cenas recuperadas da origem do assassino mascarado. Fica difícil não saborear cada detalhe e recorte, além de cada sacada para que, mesmo repetindo quase tudo que já foi feito, nada soe fora do lugar. E mesmo com as repetições, somos surpreendidos por cenas de explodir cabeças e viradas de roteiro (quase) inesperadas.

Michael Myers, aquele cara que você não quer encontrar na sua frente.

Revivals como esse, de Halloween, nos fazem pensar que os remakes, releituras e adaptações podem sim ser feitos sem a carga de ser um simples caça-níquel. Se o projeto cai nas mãos certas, podemos ter o prazer de vir aqui e decretar que: a Vigília Recomenda!

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