Godzilla 2: Rei dos Monstros, vale a pena? | Crítica SEM SPOILERS
Existem algumas coisas na vida que ou você gosta, ou você não gosta. Godzilla é uma dessas temáticas que divide o público. Porém, se você ainda pensa naquele Godzilla em preto e branco, boneco feito de espuma e chutando cidades de papelão – ou até a versão meio paródia dele que existe nos Rugrats – venho informar que chegou a hora de se atualizar. Godzilla 2: Rei dos Monstros chega aos cinemas brasileiros dia 30 de maio sob a direção do conhecido Michael Dougherty, diretor de Krampus: O Terror do Natal (2015), e que também já trabalhou em roteiros para X-Men 2 (2003), X-Men: Apocalipse (2016) e Superman: O Retorno (2006). Mas, e aí Godzilla 2 vale a pena?
Godzilla II: Rei dos Monstros é uma sequência do MonsterVerse da Warner, então é sempre interessante assistir o primeiro Godzilla assim como Kong: A Ilha da Caveira – não é super mandatório, mas é legal para dar uma contextualizada. Nesse filme acompanhamos a batalha entre o exército e o governo, que querem exterminar os titãs como Godzilla – e os demais encontrados – e a empresa Monarch, que busca entender e estudar as espécies. A grande jogada aqui não é uma guerra entre o “bem” e “mal”, ou quem seria o vilão nessa situação.
Claramente, uma série de eventos acontece MAS NÃO DAREMOS SPOILERS NESSE TEXTO e alguns titãs são libertados. Porém um deles, que é o Monstro Zero, uma espécie de hydra, é também um predador alfa, sendo basicamente o único outro monstro que poderia ser páreo para Godzilla. Então, você espera ir ao cinema para ver vários minutos de lutas de monstros gigantes? Perfeito, você vai sair satisfeito.
Godzilla II: Rei dos monstros é um filme realmente longo. São 132 minutos, porém parece que 80 deles foram filmados dentro do mesmo cenário: uma sala de comando que serve como interior de avião, como interior de submarino, como interior de base subaquática… Tudo o que é gravado perto dos computadores piscantes e grandes telas com radares parece exatamente igual e muito do filme se passa em situações assim, pois, afinal, são pessoas em missões, tentando encontrar esses monstros gigantes pelo globo. Faz sentido, sabe? Mas mesmo assim, cansa.
Os monstros são bem legais, é divertido assistir. Eles assustam quando essa é a ideia, a física usada para animação dos movimentos deles também deixa todos eles com aspectos que lembram algum tipo de animal, seja ele qual for. Há uma cena aérea que um dos monstros gira para despistar os caças e fiquei imaginando como seria legal se os estúdios investissem essa tecnologia em um jogo da franquia. Poderia ser bem interessante. O único problema com a animação é que, às vezes, as proporções de tamanho não fazem o menor sentido. Por exemplo, em um momento, durante uma luta, dois monstros tem o mesmo tamanho. Corta a cena, troca a câmera. Os mesmos dois monstros tem proporções completamente diferentes. Não é nem algo do tipo “ah, talvez seja iluminação”, não, é do tipo “em comparação com o cenário, esse monstro era muito maior três minutos atrás”.
Focando nas atuações dos personagens principais, temos um cast com vários nomes conhecidos. Kyle Chandler (A Noite do Jogo), vem como Mark Russell, tentando reparar seus erros do passado. Vera Farmiga (A Freira, 2018) atua como a cientista Emma Russell e ela é a grande responsável por quase tudo o que se sabe sobre titãs. Aí temos a – até então – eterna Eleven de Stranger Things, Millie Bobby Brown como Madison Russell, vocês sabem, correndo pelo cenário, gritando, puxando umas coisas, colocando as mãos nas orelhas, parecendo confusa… Sendo a Eleven, só que no filme do Godzilla. Infelizmente, tudo isso nos leva a um filme cheio de frases de efeitos e momentos icônicos, ainda que a maioria não consiga ter correlação um com o outro (ou mesmo com o contexto).
O mais estranho disso tudo? É que mesmo tudo dando meio errado, a atuação sendo fraca, o roteiro sendo meio batido, os cenários meio escassos e coisas assim, Godzilla 2: Rei dos Monstros não consegue ser um filme ruim. É um filme legal de assistir. Pode ser complicado de acreditar, mas é. As lutas entre os monstros e as cenas de ação que compõem grande parte do filme deixam ele bem legal. Então assim, dá para aproveitar? Sim. Dá pra ficar analisando cada partezinha? Melhor não.