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Feito na América | Crítica

A dobradinha de Tom Cruise com o diretor Doug Liman, antes vista em No Limite do Amanhã, se repete e novamente rende bons frutos. Feito na América (American Made), que estreia dia 14 de setembro é um filme dinâmico, esperto e bem colocado. Baseado em fatos reais (o que torna a história ainda mais instigante), o longa vem, assim como várias outras produções da atualidade, desencavar um pouco mais das histórias e bastidores de uma marcante época dos anos 80 e 90, tanto na área policial quanto na política. Feito na América serve também para tirar um pouco a carranca de projetos ruins que o astro Cruise andou se envolvendo ultimamente (os ruins Jack Reacher – Sem Retorno e A Múmia). Ao contrário dessas produções, você pode tranquilamente reservar sua sessão, curtir, e se surpreender.

Tom Cruise encarna Barry Seal, um piloto de avião promissor, que não pousa no aeroporto dos limites. Casado e com filhos, ele deixa sua rotina de piloto comercial para entrar em uma das histórias mais fantásticas vividas na história recente. A partir de uma proposta, a palavra rotina é absurdamente retirada de seu vocabulário. Dentro dessa proposta, algo que envolve a CIA, o cartel de Medellín, de Cali, Pablo Escobar e milícias espalhadas pela América. Nada que envolva amadores.

Misturando aventura, suspense e ação, somos levados junto da viagem louca que foi a vida de Barry. Após o convite de Schafer (Domhnall Gleeson, do ótimo Uma Questão de Tempo), seu trabalho como piloto comercial muda para fotógrafo de áreas de conflito e produção de drogas. O dinheiro é bom. Mas não tarda para que ele mude de lado, e passe a ajudar os investigados. Barry se transforma no “Gringo que entrega/resolve” e ganha ainda mais dinheiro fazendo suas viagens pagas pela CIA virarem porta de entrada para a cocaína de Escobar nos Estados Unidos. Não é pouca coisa. Cruise dá vida a um brilhante estrategista quando a tônica é ganhar dinheiro. Mas muito dinheiro.

Além de Cruise, temos no elenco Sara Wright (Minha Casa Caiu), como Lucy Seal, Caleb Landry Jones (X-Men: Primeira Classe, Corra!), respectivamente esposa e cunhado de Barry. É de Jones o papel de parente desmiolado. Uma participação rápida, mas marcante. Fora isso, temos muito de Cruise na tela, e você vai torcer por ele. Ainda que a vida lhe empurre situações ainda mais absurdas. Barry não cai, e quando cai, cai pra cima, cada vez envolvendo mais cartéis, milícias, tráfico de drogas e até de armas. E tudo isso só faz crescer seu império. Se ele já ganha dinheiro com um avião cedido pela CIA, imagine o que ele vai fazer com sua criatividade tendo a sua disposição um aeroporto inteiro. E quando tudo parece complicar… bom… aí a Casa Branca é o limite.

A dobradinha Tom Cruise e Doug Liman durante as gravações

O diretor Doug Liman tem créditos. Sabe como poucos contar uma história envolvente. E agora, acerta pela segunda vez onde colocar Cruise, sem que ele pareça a caricatura de si mesmo. Interessante constatar também: se você assistiu Bingo – O rei das manhãs, vai lembrar bem dos créditos iniciais. Afinal, o videocassete marcou os anos 90 tanto quanto Barry e suas confusões. E no final, nada de obviedades.

Veredito da Vigilia

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