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Escape Room | Crítica

Das telas dos videogames, para salas interativas e finalmente para os cinemas, Escape Room agrada, diverte e traz bastante tensão, porém não apresenta nada de tão inovador e cativante ao gênero do terror.

O filme, que estreia dia 7 de fevereiro, acompanha seis pessoas, que ao receberem uma caixa misteriosa, são convidados a participar de um jogo de Escape Room (ou escape game, como quiser), cujo prêmio final é de U$ 10.000,00. Com uma introdução quase desnecessária, a trama é focada inicialmente em três competidores, Zoey Davis (Taylor Russell, da série reboot de Perdidos no Espaço, da Netflix), Ben Miller (Logan Miller) e Jason Walker (Jay Ellis).

Logo somos apresentados a eles e também ao resto do grupo, e aí podemos perceber um certo desperdício de personagens. Cito Amanda Harper, que é interpretada por Deborah Ann Woll, a nossa Karen Page das séries Marvel da Netflix. Nik Dodani, de Atypical, e Tyler Labine completam o elenco.

Dirigido por Adam Robitel, também responsável por A Possessão de Deborah Logan (2014) e Sobrenatural: A Última Chave (2018), a obra traz altas doses de tensão, em uma versão mais leve e menos sangrenta de Jogos Mortais. Isso devido ao fato de que conforme os personagens desvendam os mistérios de cada sala do jogo, o grupo começa a perceber que os desafios estão tornando-se verdadeiramente perigosos e extremamente pessoais. De forma sutil, desde o início podemos perceber que cada enigma está relacionado ao passado de cada jogador.

Cubinho maneiro (#SQN): Taylor Russell é Zoey Davis em Escape Room

Em função de serem (majoritariamente) direcionados aos personagens, os mistérios acabaram não sendo muito desafiadores para os espectadores, perdendo um pouco do potencial de cada “quest”. Afinal de contas, esse tipo de “brincadeira” é baseado em desafios, charadas, observação, lógica e quebra-cabeças, ou seja, um videogame na vida real. Essa questão é, de certa forma, explorada com o personagem Danny Khan (Nik Dodani), um garoto aficionado por videogames e escape games, que age como um conselheiro para os colegas inexperientes na área. Danny acaba, na verdade, caindo em um clichê nerd, como um sabe-tudo descartável.

Um leve spoiler à frente: o que todos os jogadores têm em comum é o fato de serem sobreviventes de alguma catástrofe bizarra. Para saírem do jogo precisam, então, sobreviver novamente. Porém, fica claro que somente uma pessoa poderá chegar até o fim. No entanto, uma sequência de eventos durante as fases finais do jogo traz um quase previsível (porém feliz) plot-twist, que acaba preenchendo algumas lacunas sobre o quê ou quem estava por trás de tudo aquilo.

Por fim, somos bombardeados por uma série de eventos um tanto previsíveis. O terceiro ato abre um claro espaço para uma sequência, em uma ânsia de transformar o longa em mais uma fatídica franquia de terror. Apesar disso, confesso que assistiria essa sequência em casa (creio que não valeria a ida ao cinema), pois mesmo que traga mais do mesmo, é envolvente acompanhar personagens lutando pela vida em situações absurdas.

Veredito da Vigilia

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