Dora e a Cidade Perdida: abrace a diversão | Crítica
Você pode até não acreditar, mas dia 14 de novembro estreia uma das melhores comédias infantis do ano. Sim, Dora e A Cidade Perdida, a primeira adaptação em live-action da animação educativa Dora, A Aventureira, da Nickelodeon, é um verdadeiro trunfo. É claro, você precisa estar completamente aberto, afinal, o material original era basicamente impensável em se transpor para atores em carne e osso em um mundo como conhecemos.
Na verdade, Dora e a Cidade Perdida se equipara aos longas do Bob Esponja, para ficarmos no mesmo estúdio. E ambos são a prova que o céu é o limite quando se consegue acertar na medida o equilíbrio entre ação, aventura, galhofa e as piadas auto-referentes. O grande mérito de Dora e a Cidade Perdida é desde os primeiros segundos nos colocar um contrato muito claro: nesse mundo vale tudo, até zoar com a própria animação. Uma vez assinado esse contrato, você só precisa relaxar e pegar a pipoca. E vai se divertir mesmo se for maior de idade.
A premissa já nos joga para o que a animação nos vende. Dora (vivida por Isabela Moner, de Transformers e De Repente Uma Família) é a Indiana Jones das crianças de 0 a 5 anos. Mora na floresta com os pais, vive explorando tudo e explicando as coisas para quem assiste – e aqui momentos inspirados de quebra da quarta parede – com seu primo Diego (Jeff Wahlberg), seu macaco Botas, seu mapa e sua mochila. E honrando sua essência, todos esses estão muito bem caracterizados no longa, que é dirigido por James Bobin (Alice Através do Espelho e da série Flight of Conchords). Com os pais exploradores (Michael Peña e Eva Longoria) indo buscar a cidade escondida de Parapata, o trabalho da vida deles, Dora precisa ir morar com o primo na cidade e se adaptar à selva de concreto. Mas é claro, as coisas vão encrencar ao ponto de que a pequena e alguns colegas de ensino médio são levados por bandidos para o mesmo destino. Antes disso, vale aproveitar (e muito!) as piadas autorreferentes de Dora chegando na cidade.
Na aventura em meio da mata, fica ainda mais evidente que a produção se abraça na fantasia de não levar nada a sério. Basta um segundo para entender que o Raposo (outro personagem importante da animação) é o mascote dos vilões e que no meio da floresta, tudo, exatamente tudo pode acontecer. E quando a gente diz tudo temos: paradas para fazer o “número 2”, várias tentativas frustradas de músicas, afinal Dora é o baluarte da animação e está sempre otimista e cantando – o que rende novas e certeiras piadas -, um envenenamento por plantas amazônicas e a ida e vinda de Botas, o macaco. Ele entra e sai com a conveniência do orçamento do CGI e do próprio roteiro. Outra prova de que Dora é um trunfo é quando você se dá conta que ri até mesmo das piadas mais impensadas, como a que surge após a turma sobreviver aos perigos da areia movediça.
E com a despreocupação de tudo que leva alguma lógica, os amigos entram numa aventura que mescla Goonies com Indiana Jones (talvez só Indiana Jones já bastasse no comparativo), encontram novos personagens, encaram armadilhas, e olha só, até mesmo um plot-twist o filme tem. Clichês e galhofas bem-feitas, que terminam com um número musical que vai grudar na sua cabeça.
Dora e a Cidade Perdida é a clássica programação para toda a família e a certeza de um excelente passatempo nas salas de cinema.
Você consegue dizer “A Vigília Recomenda”?