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Donkey Kong Country 2: 25 anos depois, jogo chega ao Switch e continua o plataforma perfeito

Quando eu era criança e precisava acompanhar meus pais nas viagens de trabalho, levava junto os manuais dos jogos de SNES e as revistas de games da época para reler pela milésima vez durante o trajeto. Donkey Kong Country 2 era um dos meus preferidos. O manual listava toda a história que o jogo não conta de como Donkey foi raptado e como seus sobrinhos Diddy e sua namorada Dixie precisam sair em uma jornada para procurar ele. Detalha cada um dos mundos que a aventura vai passar e os inimigos e itens que você vai encontrar. Aquilo me fazia manter a vontade de chegar em casa e tentar passar a próxima fase.

Em 2020, DKC 2 completa 25 anos e foi a mais recente adição à biblioteca do SNES no Nintendo Switch Online. Não temos mais a necessidade de esperar até chegar em casa para visitar terra dos Kremlins. A mudança para o modo portátil casou muito bem com o jogo. O que não mudou foi a qualidade da segunda aventura da série: quase três décadas após seu lançamento, o game segue sendo um plataforma perfeito, com controles precisos, níveis variados, novos inimigos com diferentes estilos de ataques, chefões memoráveis e um dos melhores sistemas de colecionáveis e bônus de conclusão.

Novos Kongs, nova jogabilidade

Começando pelos dois novos protagonistas, a dupla mais equilibrada que a série já teve. Diddy segue sendo a opção ágil e precisa. Já a segunda opção, sai Donkey Kong, lento e com ataques mais poderosos, entra Dixie um dos personagens mais overpowered que a série já viu. Com seu cabelo giratório, ela consegue planar com precisão em superfícies mais distantes. No entanto, atacar inimigos maiores acaba sendo um problema para a dupla. Resta ao jogador saber usar a inventividade para atacar e vencer as criaturas mais parrudas. Para auxiliar, seis amigos animais espalhados por diversas fases podem ser montados ou os Kongs transformados neles, modificando o gameplay e criando novos desafios.

O plataforma perfeito
Mesmo 25 anos depois, o jogo segue sendo o plataforma perfeito

O jogo brilha na precisão dos pulos e corridas. Todos os níveis são desenvolvidos com a possibilidade de explorar ao máximo a velocidade dos Kongs e, com prática, é possível passar mundos inteiros em questões de minutos. No entanto, essa prática vai ser construída em brutais experiências de erro e aprendizado. Uma afobação pode custar uma evolução inteira na fase. Enquanto os primeiros mundos são equilibrados e cheios de vida e itens para que o jogador se acostume com a jogabilidade, da metade em diante, o desafio realmente começa a escalonar. Os últimos mundos são verdadeiros testes de paciência e do conhecimento acumulado ao longo de todo o jogo. Mas o que torna o gameplay atemporal é justamente o fato de que os erros são totalmente culpa do jogador e não do jogo ou controles. A precisão dos pulos e aterrissagens depende da habilidade de cada um.

Dá até para ouvir a excelente Stickerbush
Symphony só de ver essa imagem
Uma das melhores trilhas sonoras já feitas

Tudo isso é embalado por uma das trilhas sonoras mais perfeitas da história dos games. Composta por David Wise, é seu trabalho mais icônico. Desde a sensação de estar em um navio de verdade com a primeira música do jogo Klomp’s Romp, passando pelas batidas animadas de Disco Train até a melancólica e nostálgica Stickerbush Symphony, uma das favoritas dos fãs até hoje, a soundtrack foi tão marcante que até mesmo acompanhava em CD os cartuchos originais do jogo no Brasil. É de longe uma das melhores opções para relaxar e ouvir em casa, mas complementa de forma brilhante o gameplay.

Bônus, moedas DK e toneladas de rejogabilidade
Completar o jogo exige paciência e habilidade

Completar o jogo no modo normal é fácil. O desafio está realmente em achar todas as Kremcoins nas fases de bônus (75 ao todo, em torno de duas ou três por fase) e nas moedas DK (40 ao todos, escondidas em locais secretos de cada fase). Os barris de bônus sempre conseguem se esconder em locais de difícil acesso que podem esculhambar toda a corrida. Mas tantos os bônus quanto as moedas DK aumentam consideravelmente a rejogabilidade do jogo, oferecendo não apenas novas tarefas como conteúdos adicionais. Ao completar as 75 Kremcoins, o jogador libera um mundo secreto com outras seis fases, testando ao máximo suas habilidades. Animal Antics é infame na dificuldade em testar o jogador a seu limite.

Toneladas de fases bônus para explorar
Ao vencedor, os louros

O roll de chefões também foi melhorado do primeiro DKC. Eles não repetem o mesmo personagem com o mesmo tipo de ataque, cada um oferece uma experiência diferente e tem a ver com a temática do mundo. K.Roll é o grande destaque. Seus ataques alteram padrões e ele continua tentando enganar o jogador com falsas derrotas. O final verdadeiro é uma última demonstração de crueldade, mas que, com prática se torna um glorioso teste final de superação. E, ao vencedor, os louros.

K. Roll continua um verme traiçoeiro

Donkey Kong Country 2 é a prova de que não há tempo que afete um game com excelente jogabilidade. Assim como o vinho, quanto mais velho ele fica, melhor e maior é sua marca na história.

Veredito da Vigilia

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