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Cultura pop, o jovem e a democracia: o que podemos aprender com Harry Potter

Um líder político autoritário que luta por uma raça pura e quer exterminar aqueles que não são puro sangue. Quem fosse contra esse movimento, podia ser exterminado ou sofrer atentados, além de poder ser submetido à depoimentos permeados na tortura. Além disso, temos disputas de poder e hierarquia social, racismo, incentivo aos movimentos sociais e busca por igualdade e tolerância. Um golpe em um cargo chave do sistema político muda o comando do mais importante Ministério. Logo depois, um movimento forte de um grupo opressor, que arquitetou o golpe, assume o controle da educação por julgar que antes estavam sendo ensinadas doutrinações que não seguiam com suas diretrizes, que se diziam “apartidárias”. Soma-se ainda corrupção velada, peregrinação atrás de um líder político que prega o ódio e a violência e a grande tomada dos meios de comunicação. Mas a resistência jovem se arquitetou, organizou e lutou, bravamente, mesmo que perdendo alguns de seus membros.

Já matou a charada do que estou falando?

Estou falando de Harry Potter.

J.K. Rowling previu em seus livros, sem ter ideia do que poderia acontecer, no futuro do de algumas nações, muitos anos após as publicações. A saga de HP traz, livro por livro, o que está se passando, e nos leva a um elemento central: o papel de jovem em tudo isso. Voldemort deu um golpe de estado, calou os professores e imprimiu sua doutrina dentro de uma escola. Puniu os alunos que se opuseram à isso fortemente. Mas esses jovens não se calaram e lutaram.

Paulo Freire, um dos maiores pensadores e teóricos da área da educação já nos ensinava que “seria uma atitude ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que proporcionasse às classes dominadas perceber as injustiças sociais de maneira crítica”. E é isso que uma ameaça de autoritarismo pode trazer à democracia. Temos que ser como os alunos de Hogwarts e formarmos nossa “Armada de Dumbledore”, para que possamos lutar contra as artes das trevas e resistir, até que possamos lutar e travar uma “Batalha de Hogwarts”. É a partir da força do jovem que se pode salvar uma nação e garantir o direito de protestar e indagar.

Façamos como Harry, Rony, Hermione, Luna, Neville, Gina e tantos outros: sejamos resistência em tempos sombrios que podem pairar sobre nós.

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