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Castlevania, uma obra de arte que aumenta a cada ano | Crítica da 3ª Temporada

Antes de começar o texto, devo revelar a vocês que eu e o anime de Castlevania possuímos uma relação um tanto “instável”. Mesmo com números diferentes de episódios em cada temporada (quatro na primeira, oito na segunda e dez agora na última), algo em mim fazia com que eu as interrompesse, mesmo tendo maratonado boa parte de suas introduções. É como se fosse uma paixão, não um amor. Mas mesmo assim, tempos depois, os episódios sempre foram retomados, pois a “saudade” batia, justamente porque os bons momentos permaneceram na memória, me avisando que eu precisava encerrar algo iniciado, para que esse ciclo se fechasse.

Bom, passada essa analogia entre a série e um relacionamento, vamos a nova temporada do anime. A história da terceira temporada de Castlevania se passa logo após a morte de Drácula e a destruição de seu exército, fruto de uma rebelião interna de seus comandados. Agora, temos os personagens que guiam a trama separados em núcleos. No primeiro, Alucard, filho do vampirão, reside na antiga mansão de seu pai, tentando viver uma vida coerente com o seu lado meio humano. Aqui temos a parte mais parada da série (mas com a cena mais polêmica). Porém, o esforço de Alucard em mudar de hábitos é louvável, principalmente quando dois caçadores de vampiros o procuram para aprender como derrotar esse mal. No final das contas, vemos que certas naturezas não mudam.

Alguém já percebeu que Alucard é Drácula de trás para frente?

No segundo núcleo temos Isaac, um dos mestres de forja de Drácula. Após seu mestre isolá-lo em um lugar distante, salvando-o da destruição de Brăila, o cara resolve se vingar de Carmilla, criando o próprio exército de criaturas demoníacas e construindo um novo reinado, sem humanos (mesmo ele sendo um). Nessa jornada vemos muitos diálogos sobre como uma fé cega pode atrofiar a sabedoria, bem como manipular uma população inteira. Pelo que vimos, o desenvolvimento dessa história em particular se dará na quarta temporada do anime, uma vez que um artefato de grande poder agora está nas mãos dele.

Isaac está montando um novo exercito nessa temporada

Já que citamos a vampiresca Carmilla no parágrafo anterior, vamos a ela, que faz parte do terceiro núcleo. Nele, suas irmãs a recebem depois de dias caminhando com o que sobrou da sua tropa. De brinde, Hector, o outro mestre de forja aliado aos vampiros, é obrigado a acompanhar a vilã. O cara come o pão que o Diabo amassou (literalmente), mas mesmo assim, parece que não aprendeu que não se deve confiar na raça dos vampiros. 

Esse Hector não aprende

O legal dessa parte da trama é a composição do time formado por Carmilla e suas irmãs, que são bem homogêneas, compondo um grupo fortalecido pelas características e personalidades de cada uma. Certamente tais atributos serão explorados na nova temporada. 

Carmilla e suas irmãs

Por fim, o núcleo dos mocinhos mostra Trevor Belmont e Sypha Belnades derrotando criaturas em uma jornada, que inicialmente parece divertida para o caçador e a maga. Porém, as coisas mudam ao chegar em um pequeno vilarejo, que parece calmo, principalmente pelo mosteiro, no qual monges parecem não fazer nada e o delegado do local aparentemente não tem trabalho para manter a ordem. Contudo, no núcleo mais manjado da trama, os sacerdotes não são o que parecem e na verdade (obviamente) trabalham para o Capeta.

Essa dupla vai se meter em altas confusões

 O destaque aqui fica por conta da introdução do Conde de Saint Germain na história. O famoso alquimista, que junto de Nicolau Flamel, afirma ter descoberto a pedra filosofal, aqui faz jus a sua fama de ser misterioso e que transcendia o seu tempo, sabendo de tecnologias que só seriam vistas no futuro e seus desaparecimentos e aparecimentos em épocas distintas, mas sempre com a mesma idade. Essa figura existiu e vale a pena dar uma pesquisada sobre ele na internet. Agora, é difícil de acreditar que tudo o que foi atrelado a ele é verídico. 

O Conde de Saint Germain viajando nas suas doideras

Enfim, a terceira temporada de Castlevania é uma obra de arte, com um design de criaturas diabólicas incrível (lembrando muito os vistos em Hellboy). A animação está impecável, principalmente nos momentos de batalha, que seguem a qualidade das temporadas anteriores. Contudo, acredito que essa temporada, por ser a mais longa, também deixou a história um pouco mais arrastada. O melhor seriam os oito episódios, que deram certo no segundo ano da série. Quem apreciou os games da franquia será contemplado. Expandir o universo de Drácula e companhia, dando vida própria a série, foi uma excelente escolha da Netflix. Agora, a produção deve caminhar com as próprias pernas. 

Veredito da Vigilia

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