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Animais Noturnos | Crítica

As primeiras cenas de Animais Noturnos podem te deixar um pouco desconfortável. E essa sensação vai aumentando gradativamente até o final do filme. A obra dirigida pelo texano Tom Ford, que recentemente ganhou três indicações ao Globo de Ouro, muito provavelmente estará presente na relação dos indicados ao Oscar. E não é de se espantar. Animais Noturnos será lembrado como um dos melhores filmes do ano. Ponto para Ford e também para Amy Adams, que emplaca, junto com A Chegada, duas grandes atuações em excelentes produções na sequência. Aliás, leia também nossa crítica de A Chegada, e se possível, assista no cinema.

Com estreia para o próximo dia 29 de dezembro, Animais Noturnos mostra a história de Susan (Amy Adams), uma negociante de arte, que recebe do ex-marido Edward (Jake Gyllenhaal) um ensaio de um livro escrito por ele. A partir daí vamos entrando na vida elegante, mas incompleta de Susan, e o entrelaçamento da história chocante enviada por seu ex-marido. Realidade e ficção são misturadas, além de revelações do passado que mostram e questionam nossas ações, tanto na vida amorosa quanto na vida profissional. E isso fica logo de cara no pesado, mas facilmente transportado para a realidade, diálogo entre Susan e um amigo, após uma, também chocante, vernissage.

      Shannon e Johnson em grandes atuações

A trama de Edward é tão pesada quanto a de Susan, porém, é fácil se perguntar o quanto daquilo é uma história real, ou um simples romance do aspirante a escritor. Nela, destaca-se ainda a atuação do indicado ao Globo de Ouro de ator coadjuvante, Aaron Taylor-Johnson (Kick-Ass), e o xerife Michael Shannon (espetacular). O suspense e a tensão são evidentes, levando o personagem Tony (também Gyllenhaal) a situações limites.

Premiado com o Grande Prêmio do Júri durante o Festival de Veneza, Animais Noturnos é baseada no romance “Tony & Susan”, de Austin Wright, e é daquelas produções que te fazem parar para pensar. E filmes como esse, que trazem o desconforto e deixam dúvidas sobre como levamos a vida diariamente, são sempre boas oportunidades. Mesmo que o desconforto possa persistir após o final.

Veredito da Vigilia

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