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Alfa, coragem e amizade no primeiro filme de cachorro de todos os tempos | Crítica

Com estreia marcada para dia 6 de setembro, Alfa (Alpha, 2018) chega aos cinemas contando a primeira história de cachorro de todos os tempos. Na verdade, essa é uma brincadeira para situar a todos: o filme conta a história de uma tribo que vive há 20 mil anos antes de Cristo, em alguma região erma da Europa. O filho do chefe da tribo, Keda (Kodi Smit-McPhee, o Noturno da nova geração dos X-Men) acaba sendo deixado para trás após sua primeira caçada e precisa sobreviver a uma grande jornada de volta para casa. E nesse caminho, ele cruza com uma alcateia e acaba ajudando um lobo a se recuperar. A amizade, é claro, perdura deste episódio, até o final do filme. Alfa é dirigido por Albert Hughes, do ótimo O Livro de Eli (2010).

Uma informação importante para quem procurar Alfa nas grandes redes de cinema: a Sony não disponibilizou sequer uma cópia legendada da obra. Portanto, a crítica de Alfa já sai prejudicada desde sua largada, afinal, a falta da língua mãe durante a exibição, mesmo que em um filme com poucos diálogos, já é um demérito. Uma pena, pois a experiência realmente fica aquém do que poderia ser. Mas vamos ao filme.

 

O nome Alfa vem de como é chamado o chefe da alcateia que permeia a tribo de Keda na primeira caçada. Esse, por sua vez, acaba sendo o nome dado por Keda ao novo amigo. Embora bem produzido e bonito de se ver em uma tela grande, o filme acaba tendo um início prolongado demais. Tudo começa já com o acidente quase fatal que tira o garoto de sua tribo. E quando isso acontece e estabelece um dos maiores conflitos da trama, ela se dá ao luxo de um flasback quase desnecessário para criar um background ao rapaz. E essa escolha acaba gerando um estranhamento ao espectador, que, na verdade, já tinha entendido tudo que tinha acontecido. Fica a impressão de que a solução foi feita para dar mais minutos para a curta obra (1h36 no total).

Depois disso, vemos um misto de ‘Em Busca do Vale Encantado’ com ‘O Regresso’, mas claro, bem menos de O Regresso, afinal, Alfa é uma boa Sessão da Tarde e não um drama de total sofrimento. Na verdade, Alfa conta, em um mundo pré-histórico, a origem da amizade mais clássica da humanidade, que é a do homem com um animal (um cachorro, ou lobo, como quiser).

Keda (Kodi Smit-McPhee) e Alfa, a origem do melhor amigo do homem.

No decorrer da história de sobrevivência, Keda e Alfa criam laços e passam por bons e maus momentos. No entanto, pouco é explorado ao ponto de realmente nos preocuparmos com algum deles, e fica até meio evidente tudo que vai acontecer. Quase tudo, pois no final temos uma pequena surpresa. Em um mundo com mamutes e tigres com dentes de sabre, talvez Alfa tenha ficado muito contido em suas possibilidades, criando uma história linear e pouco surpreendente, apenas mudando o cenário dos clássicos filmes que exploram a relação de humanos com animais. Faltou fôlego e um pouco de criatividade.

Veredito da Vigilia

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