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A Missy Errada: se você sente vergonha alheia, fique longe! | Crítica

Novidade na Netflix, A Missy Errada é um filme que, ao primeiro olhar, tem tudo para ser uma comédia romântica com o final previsível. Mas na verdade, ele acaba sendo uma comédia só para quem é imune à vergonha alheia. Dirigido por Tyler Spindel, o filme tem a chancela de Adam Sandler, já que foi produzido pelo comediante. Caso você seja fã desse tipo de “besteirol americano”, esse filme pode funcionar.

Com cerca de uma hora e meia de duração, o longa nos apresenta Tim (David Spade), um funcionário de uma grande empresa que não tem muita sorte no amor. Após ser traído pela ex-mulher, ele tenta ir a encontros fracassados. Mas a sorte de Tim pode ter mudado com o maior clichê da comédia romântica: ao esbarrar em uma bela mulher no aeroporto, os dois trocam as pastas e perdem seus voos. A conversa rende e eles trocam telefones. Mas, o conto de fadas logo é substituído por uma história muito doida.

Tim tem um final de semana de trabalho e diversão em um resort no Havaí. Estimulado pelos colegas, ele resolve chamar a “Miss” que encontrou no aeroporto. Porém, quem chega no avião é uma pessoa totalmente diferente. Apenas um caractere no teclado de Tim o levou para o final de semana mais insano da vida dele.

Missy (Lauren Lapkus), a Missy errada, que surpreende Tim no avião, é uma protagonista muito singular. Dentro do perfil considerado “doidinha”, ela não nega nenhuma aventura e não deixa nada a abalar. Porém, é ela que promove os momentos nojentos e de vergonha alheia. Além de chamar atenção, nem sempre positiva, para si, as cenas com Missy envolvem vômito, peixes cortados com entranhas e sangue sendo jogados nela, banhados, engolir algas e sabão, quedas de penhascos, membros deslocados e colocados no lugar e uma infinidade de elementos que podem deixar os espectadores mais sensíveis a “nojeiras” desconfortáveis. As piadas com as trapalhadas estilo tropeços e quedas não são economizadas. Em especial, existem duas cenas que podem ser enquadradas nas cenas mais bizarras já vistas nos originais da Netflix: uma com sexo cheia de batidas, quedas e trapalhadas e a cena em que aparece um tubarão. (SPOILER: sai sangue para todos os lados).

A cara do Tim é a mesma cara do espectador.

Contudo, nojeiras à parte, o filme vai se desenvolvendo e vamos nos apegando na protagonista tão peculiar. Em algum determinado momento, até acreditamos que o filme pode engrenar. Mas não se engane, essa é uma comédia que não entrega.

A Missy Errada é um daqueles filmes para quem gosta de comédias pastelão, com muitos palavrões e sem grandes (ou nenhuma) reflexões. Basicamente ele só existe pela piada e pelas nojeiras. Não há evolução de personagens, uma grande história e as sub-tramas são mais constrangedoras que a (fraca) narrativa central. As risadas nesse filme são raras e em algumas cenas é possível apenas ficar com vergonha. As promessas de desenvolvimento de uma história (como vistas no trailer) ficam única e exclusivamente no trailer.

Totalmente esquecível, A Missy Errada é um daqueles filmes que desejaríamos nunca termos visto. É apenas um grande amontoado de tentativas para o resultado igual a “zero graça”.

Veredito da Vigilia

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