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A gênese do Homem-Aranha (finalmente) se completa em Sem Volta Para Casa (Crítica sem Spoilers)

Chegou a hora de falar de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (Spider-Man: No Way Home), o filme mais aguardado do ano para muitas pessoas ao redor do mundo. Repleto de expectativas, informações desencontradas na internet e com um hype absurdo, o terceiro filme de Jon Watts com Tom Holland no papel principal é uma deliciosa homenagem ao personagem, tal qual Homem-Aranha No Aranhaverso tinha sido há poucos anos atrás, mas em uma animação que ganhou o Oscar. Evidentemente não teremos uma estatueta dourada para Sem Volta Para Casa, mas o cinema de entretenimento é muito mais o sentimento que você terá dentro de uma sala de cinemas do que qualquer outro reconhecimento ou prêmio (que às vezes pode ser somente um ato frio e injusto).

A riqueza de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa não está no fato de que a internet parava a cada boato envolvendo atores ou possíveis aparições relacionadas. Isso realmente entra no pacote, mas ela está basicamente em finalmente dar a carga dramática que o Peter Parker de Tom Holland precisava e que se gritava desde sua criação por Stan Lee e Steve Ditko. Coisa que seus antecessores tiveram e, de certa forma, levaram à exaustão, fazendo com que Kevin Feige e seus comandados esquecessem propositalmente para não ficar no lugar comum na introdução do Homem-Aranha no MCU, em Capitão América: Guerra Civil. Com o final de Sem Volta Para Casa, finalmente temos a gênese da essência que o personagem precisava. Apesar de divertidas aventuras em De Volta ao Lar e Longe de Casa, faltava a Tom Holland o marco zero da origem do Homem-Aranha em sua saga. Bom. Não falta mais.

Para entregar um filme ainda mais impactante, a Marvel Studios amparou sua campanha de marketing em trailers que tentavam desviar o foco de muita gente, embora, é importante se registrar, se você é um assíduo leitor de notícias do mundo nerd (a Vigília agradece), você terá poucas (mas importantes) surpresas ao conferir a trama que joga o Cabeça-de-Teia contra vilões como Duende Verde (Willem Dafoe), Dr. Octopus (Alfred Molina), Electro (Jamie Foxx), Homem-Areia (Thomas Haden Church) e Lagarto (Rhys Ifans). E a grande culpa disso é, talvez, dos próprios fãs, que alimentam um tipo de cultura do consumo baseada em, digamos assim, informações “extra-oficiais” e um sem-número de especulações, muitas infundadas, outras nem tanto.

dr. octopus em homem-aranha sem volta para casa
Peter Parker (Tom Holland) terá que lidar com cinco grandes ameaças

Mesmo assim, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa coloca o aracnídeo em uma trama que é muito da essência clássica dos quadrinhos, tirando ele do lugar super high-tech proporcionado pelo falecido Tony Stark (Robert Downey Jr.) e pelo próprio MCU. E, de certa forma, o filme é um reboot importante para o próprio herói. Ele vai provar sua honra, seu valor e seu verdadeiro caráter, mostrando que essas virtudes o colocam entre os maiores heróis de todos os tempos. E com essas virtudes, ele pode encarar qualquer vilão (e até mesmo herói), independente do nível de poder que ele tenha.

É importante também relatar que, assim como em Vingadores: Ultimato, você terá vários momentos de torcida de futebol. O cinema vai novamente se transformar em uma arquibancada com acontecimentos que vão arrancar risos, lágrimas e celebrações (muitas delas). Prepare-se para isso.

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é fruto de sua época. Uma história que só pode ser contada graças a história unida da Sétima com a Nona Arte. Uma ode ao personagem e uma bonita homenagem para o que passou e o que virá. 

Impossível não recomendar! E claro, não saia do cinema antes de assistir as duas cenas pós-créditos (estamos em 2021 e ainda precisamos fazer esse aviso)

Veredito da Vigilia

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