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A Chave do Vale Encantado | Crítica

Oswaldo Montenegro é um talento muito além da música, que é de onde ele é principalmente conhecido, e em A Chave do Vale Encantado, como diretor de uma fantasia para o público infantil (mas que também traz muita nostalgia para os adultos), nos leva ao mundo “real” dos personagens dos contos infantis. Explico.

Montenegro criou um mundo onde Branca de Neve, Robin Hood, Pinóquio, Rapunzel, bruxas e príncipes vivem juntos – o tal Vale Encantado – uma espécie de vila entre as montanhas (locações lindíssimas em Mauá, entre São Paulo, Minas  Gerais e Rio de Janeiro) em que os personagens vivem em paz. De lá, eles saem somente quando uma criança sonha com eles. Enquanto estão no Vale, se divertem, praticam suas “atuações” para que estejam sempre nos sonhos infantis.

O roteiro é baseado no livro lançado por Montenegro em 1994, o Vale Encantado, e obviamente a trilha sonora é parte essencial do filme. Essa trilha emocionou o público dividido entre adultos e crianças na manhã fria de quarta-feira, dia 22 de agosto, no Festival de Cinema de Gramado. Além da nostalgia que trouxe aos adultos presentes, a lembrança emocional dos filmes infantis assistidos nas suas infâncias. Algumas pessoas foram às lágrimas e não cansaram de elogiar o filme, que também foi aplaudido pelo público em pé.

Também estiveram no palco Deto Montenegro, irmão de Oswaldo e interprete do Lobo Mau, que trouxe toda uma malemolência carioca ao personagem, além do visual estilo Drácula do filme dirigido pro Francis Ford Coppola em 1992. Kamila Pistori, a Bruxa, veio com um estilo roqueira, e Madalena Salles, como a Vovó (da Chapeuzinho Vermelho), fecha o filme com uma linda mensagem de liberdade.

Visualmente A Chave do Vale Encantado traz cores incríveis, e, conforme o próprio Montenegro comentou no bate-papo após a exibição, foi o processo que mais demorou na confecção do filme.

Éderson Nunes

@elnunes

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