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A caminho de casa: filme de dog, SEM LÁGRIMAS | Crítica

Todo ano a gente merece, no mínimo, uma história que tenha um cachorro de protagonista. É como o especial de final do ano do Roberto Carlos, uma coisa que precisa acontecer para o ano ser completo. É assim que A Caminho de Casa chega aos cinemas no dia 28 de fevereiro, garantindo nosso protagonismo animal de 2019 logo no início.

Dirigido por Charles Martin Smith, que adora filmes de animais (ele também dirigiu Winter, o golfinho 1 e 2, assim como Bud – O Cão amigo, lembram? Que o cachorro jogava basquete? Esse mesmo!), agora ele traz uma história com um cachorro que se perde, mas sem as lágrimas! O que é bem legal e gratificante no sentido de que já existem filmes de cachorro que nos fazem chorar.

Bella, a cachorrinha protagonista, é resgatada ainda filhote pelo seu dono Lucas. Basicamente eles vivem uma vida bonita, com muito amor e cuidado até o momento que Bella acaba sendo afastada do seu dono e se perde. Normalmente, é aqui que a história começa a ficar super triste e dramática, porém, A Caminho de Casa não vai por esse lado. Claro, o longa tem os seus momentos de “ai meu Deus e agora o cachorrinho? Coitadinho!” sim, porque é um filme familiar e majoritariamente direcionado ao público infantil.

Okay, as imagens abertas dos parques nacionais nos EUA são bem bonitas, não dá pra negar

O filme é bonitinho? Sim. É fofo? Sim. Mas creio que posso explicar de uma maneira bem simples o quão raso ele é. Um dos personagens que aparece no trailer – e que vai ter um papel importante no final, ao contrário dos outros animais do trailer – é a “gatona”. A “gatona” é um puma. Ela aparece como um filhote no primeiro momento, quando a mãe dela é morta por caçadores. O filme é tão raso que durante uns bons 10 minutos depois que a “gatona” foi apresentada, eu continuava me perguntando se ela era um leão da montanha ou um puma. Não me entendam mal, não sou a maior especialista em anatomia felina (sinceramente ainda não sei a diferença entre as duas espécies). Mas é triste que essa tenha sido a parte do filme que me marcou, né? Sendo que o protagonista é um cachorro.

Alguns momentos são bem interessantes porque mostram a conexão entre o ser humano e o animal de estimação, assim como o descaso humano sobre vários assuntos. Isso poderia ser melhor abordado, mas o filme não consegue ter profundidade para fazer isso. Por exemplo, há um momento horrível em que Bella está amarrada em um cadáver humano. As crianças que chegam na cena só soltam o cachorro. Como se fosse a coisa mais normal do mundo, “ah olha só, outra pessoa morta no meio do nada com um cachorro hahaha quem é uma boa menina?”, sabe? Sem sentido.

Um detalhe legal é que a contagem de tempo é feita através das quantidades de invernos

Chega um momento em que A Caminho de Casa fica cansativo. Tipo, okay, já entendemos, muito longe, cachorro na rua, várias confusões, cachorro na rua, floresta, cachorro na rua, ainda muito longe… Ele parece muito um dos filmes de animais do começo dos anos 2000 que passam de vez em quando na televisão aberta ainda, o que é deprimente para um longa lançado agora.

Veredito da Vigilia

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