20 filmes que completam 20 anos em 2020
É isso mesmo que você deve estar pensando. Os filmes lançados nos anos 2000 já tiraram carteira de motorista e agora já planejam morar sozinhos, longe da casa dos pais. O tempo passou e você nem reparou que eles cresceram e já estão se tornando ou clássicos, ou obsoletos, mas não menos divertidos. E para celebrar o tempo que passou e a nostalgia que já nos pega de jeito, separamos uma lista certeira dos filmes que fizeram a diferença nos anos 2000, seja pra bem ou para mal.
Confira, e não deixe de comentar se você lembra de algum que deveria figurar por aqui também!
X-Men: O Filme (Bryan Singer)
Esse filme foi basicamente um sonho realizado para os fãs de quadrinhos. Pela primeira vez uma adaptação dos personagens da Marvel chegava nas telonas sem grandes dúvidas – mentira, a gente estava bem preocupado que o negócio flopasse na época – . Mas não flopou e pelo contrário, depois de Blade (de 1997) ele pavimentou o caminho para que a Casa das Ideias tomasse o trono da DC nas telonas. Depois veio Homem-Aranha de Sam Raimi, e o resto da história você já sabe. No filme, Bryan Singer sintetizou muito bem o conflito racial entre humanos e mutantes, travestindo uma trama social com heróis vestindo roupas de couro e mostrando (ainda que com certa vergonha) os seus poderes. No elenco, o iniciante Hugh Jackman, os veteranos Ian Mckellen e Patrick Stewart, além de Famke Jansen, James Marsden e Anna Paquin.
Nota do editor: a emoção era tanta com esse filme que matei aula e peguei a primeira sessão de cinema percorrendo mais de 100 quilômetros para assistir. Inesquecível.
A Praia (Danny Boyle)
Depois de criar um cult instantâneo com Trainspotting, o diretor inglês Danny Boyle (Yesterday) atacou com o astro (sempre em ascensão) Leonardo DiCaprio, com A Praia. A aposta funcionou e o filme teve uma boa recepção, ainda que não seja o mais marcante de sua carreira. Nos anos 2000, DiCaprio já tinha uma carreira importante, com Diário de Um Adolescente, Romeu + Julieta, Titanic e Celebridades. Já Danny saiu do thriller paradisíaco de A Praia para o sempre recomendável Extermínio, Sunshine – Alerta Solar, até despontar para o Oscar com Quem Quer Ser Um Milionário.
Gladiador (Ridley Scott)
Falando em Oscar, que tal falarmos do melhor filme daquele ano? Ridley Scott montou um verdadeiro espetáculo visual e dramático contando a história de Maximus (Russel Crowe) e sua saga pela justiça até o confronto final com o imperador lunático Commodus, vivido por ninguém menos que um jovem talentoso chamado Joaquin Phoenix (Coringa). É um daqueles filmes essenciais para a vida de qualquer cinéfilo. Além de Melhor Filme, deu o Oscar de Melhor Atora para Crowe e abocanhou Melhor Figurino, Som e Efeitos Visuais.
Missão Impossível 2 (John Woo)
Um título para novamente causar espanto. Isso porque a vida de Ethan Hunt (Tom Cruise) já estava no segundo capítulo em 2000, 18 anos antes de sua melhor história: Missão: Impossível – Efeito Fallout. Olha que loucura! Dirigido por John Woo, o filme destoou totalmente da boa estreia comandada por Brian De Palma. Com o pé na ação, beirando a farofa, o longa conseguiu tirar do vilão Dougray Scott o papel de Wolverine em X-Men (em função de alguns machucados nos bastidores). Temos também Thandie Newton (Westworld) e parte do elenco que vem até hoje acompanhando Cruise. Aliás, Missão: Impossível deve voltar em mais duas edições, a contar: 2021 e 2022. E com Tom Cruise com fôlego de um adolescente. A saber, em 2000, o astro tinha 38 anos.
Alta Fidelidade (Stephen Frears)
Se nos anos 2000 ter uma loja de discos já era uma aventura, imagina em 2020. Mas o longa baseado no livro de Nick Hornby trouxe aos filmes da época aquela mescla legal de filme pop com trilha sonora matadora. E claro, como nosso protagonista Rob (John Cusack) era um maníaco por listas, ele ficaria orgulhoso de saber que entrou na nossa. A diferença é que não estamos contando as suas desventuras do amor como no filme. No elenco ainda temos Jack Black, Catherine-Zetha Jones e Tim Robbins. Depois disso, o diretor Stephen Frears deu um mergulho na vida da Família Real Britânica, com A Rainha (2006), Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha (2017). Ainda em 2020, Alta Fidelidade vai virar série de TV pela Hulu, com Zöe Kravitz no papel principal.
Erin Brockovich, Uma Mulher de Talento (Steven Soderbergh)
As causas naturais e preocupações ecológicas já eram mostradas há 20 anos atrás por uma mulher de fibra que marcou história nas telonas (e na vida real também). Erin Brockovich deu a Julia Roberts o Oscar de Melhor Atriz e ainda foi indicado para Melhor Filme e Diretor. Na trama, a mãe-solo e desempregada encara o sistema político e burocrático até as últimas consequências após constatar a poluição da água. Já tínhamos girl-power e empoderamento nas telonas. O diretor Steven Soderbergh ainda emendou na sequência filmes não menos que excelentes como Traffic e as sequências do remake de 11 Homens e 1 Segredo.
Psicopata Americano (Marry Haron)
Julia Roberts mostrou seu talento no filme acima, mas tão ou mais marcante é a presença de Christian Bale em Psicopata Americano. No longa, ele empresta toda sua marra para o executivo e bem-sucedido Patrick Bateman, um cara pra lá de egocêntrico que acaba levando suas fantasias sexuais para um lado brutal e sanguinário. Começava ali a longa jornada de Bale no cinema, sempre com figuras marcantes e personagens fortes. No elenco ainda temos uma jovem (bem jovem) Reese Whiterspoon, um ainda mais jovem Jared Leto e o onipresente Willem Dafoe. Não assista se tiver estômago fraco.
Réquiem Para um Sonho (Darren Aronofsky)
Falando em Jared Leto, olha ele por aqui outra vez. Agora, como protagonista de um dos melhores filmes daquele ano, mas quase impossível de se assistir muitas vezes. E claro, isso tem uma explicação bem lógica nos dias de hoje: o diretor Darren Aronofsky (Mãe, O Lutador, Cisne Negro). A história conta o quão fundo o jovem casal Harry (Leto) e Marion (a excelente Jennifer Connelly) pode ir em função do vício em uma sociedade podre e decadente. É preciso ainda mais estômago do que em Psicopata Americano. Mas é um filmaço.
A Fuga das Galinhas (Peter Lord, Nick Park)
Hora de tirar o amargo da boca com uma sequência mais leve. Começamos com o excelente Chicken Run, a animação em stop-motion que conquistou o público naquele ano. Divertido, fofo e revolucionário por resgatar uma técnica bem descartada pela virada tecnológica da época. Acreditem, emplacar um stop-motion nos anos 2000 foi uma verdadeira vitória. E depois disso, A Fuga das Galinhas foi o responsável por dar vida a uma nova leva de filmes com os bonecos de massinha de modelar. É pipoca garantida.
Eu, Eu Mesmo e Irene (Peter e Bobby Farrely)
Se voltássemos para os anos 2000 e contássemos para os irmãos Farrely que eles abocanhariam um (nem tão justo) Oscar de Melhor Filme em 2019 por Green Book, provavelmente eles mesmos dariam risada. O lado bom disso tudo é que para fazer rir, eles são realmente peritos. Em Eu, Eu Mesmo & Irene, temos o clássico filme de comédia pastelão com Jim Carrey. Diversão garantida com outra recente oscarizada, Renée Zellweger (Judy).
60 Segundos (Dominic Sena)
Fazer uma lista com filmes dos anos 2000 sem o mestre dos mestres Nicolas Cage seria uma grande heresia. Pois duas décadas atrás, ele estava em todas. Em 60 Segundos, ele tem a incrível missão de roubar carros em um ritmo alucinante. Seria ele o pai de Velozes e Furiosos, franquia que iniciou em 2001? Fica o questionamento e a ideia de uma mistura ainda não alcançada pelos planos de dominação de Vin Diesel e cia. O protagonismo aqui era dividido ainda com a jovem e promissora Angelina Jolie.
Pânico 3 (Wes Craven)
Os anos 2000 também marcaram a estafa da franquia Pânico, sucesso absoluto do final dos anos 90. Wes Craven era o diretor mais comentado na época, ainda que as produções sejam atualmente bem duvidosas. Ainda assim, todos queriam ver o que o assassino com máscara branca iria aprontar. O sucesso foi tanto que na sua esteira veio a paródia Todo Mundo em Pânico, que olha só, também virou franquia. No elenco, Courtney Cox (a Monica de Friends), David Arquette e Neve Campbell, resgatada recentemente em House Of Cards.
Corpo Fechado (M. Night Shyamalan)
Nos anos 2000 ainda fomos fortemente impactados por um dos melhores filmes sobre histórias em quadrinhos já vistas. O melhor filme de M. Night Shyamalan na sua opinião ainda pode ser O Sexto Sentido, mas Corpo Fechado (Unbreakable) foi tão surpreendente quanto. Curiosamente, ganhou uma sequência com Fragmentado (2016) que causou furor entre os fãs desse filme. Ainda que a magia possa ter sido quebrada com Vidro (2019) – a piada não foi proposital -, a história de David Dunn (Bruce Willys) e Elijah Price (Samuel L. Jackson) sempre vai morar em nossos corações nerds.
O Homem Sem Sombra (Paul Verhoeven)
A releitura do clássico Homem Invisível da Universal Studios movimentou os cinemas na época, embora hoje possa soar datado por ter efeitos especiais já vencidos pela tecnologia do cinema atual (mas incríveis em seu lançamento). Mesmo assim, é uma interessante história da loucura que o homem pode alcançar com a obsessão por suas criações e estudos, principalmente quando tudo isso lhe dá muito poder. A direção é de Paul Verhoeven de Robocop, Instinto Selvagem e Elle. No elenco temos Kevin Bacon, Josh Brolin (Vingadores: Ultimato) e Elizabeth Shue, que está na primeira temporada da série The Boys.
Regras do Jogo (William Friedkin)
Você traz Tommy Lee Jones, Samuel L. Jackson, Guy Pierce e Ben Kingsley para o mesmo filme, então você sabe que aí tem jogo, não é mesmo? A trama é expressiva: um advogado defende um oficial em julgamento por ordenar que suas tropas disparem contra civis após a invasão de uma embaixada dos EUA em um país do Oriente Médio. O cheiro e as cores do início dos anos 2000 no cinema.
A Cela (Tarsem Singh)
Um filme que dividiu a opinião, mas que trouxe uma interessantes mescla de thriller policial, terror e os dois pés na ficção científica. Um agente do FBI (Vince Vaughn) convence a assistente social Catherine (Jennifer Lopez) a experimentar uma nova tecnologia para entrar na mente de um serial killer e descobrir onde está uma de suas vítimas. É um mergulho no plano mental no melhor estilo visto nas HQs de X-Men, com o professor Xavier e Jean Grey. No elenco ainda temos Vincent D’Onofrio e Dylan Baker. Marcou a época também pelo seu chamativo atrativo visual. A semiótica agradece.
Missão: Marte (Brian de Palma)
Brian De Palma reaparece na nossa lista em um filme bem diferente, fora das suas usuais tramas urbanas. Aqui, como o título sugere vamos para outro planeta, mais precisamente, Marte. Quando a primeira missão tripulada a Marte se depara com um desastre catastrófico e misterioso, uma missão de resgate é lançada para investigar a tragédia e trazer de volta os sobreviventes. Tim Robbins, Don Cheadle e Connie Nielsen preenchem o núcleo central. Ah, e a trilha sonora é assinada por ninguém menos que Ennio Morricone.
Limite Vertical (Martin Campbell)
Outro filme que é cara dos anos 2000, e por isso, você pode ficar com um pé atrás. Isso porque depois dos desastrosos Batman Eternamente e Batman & Robin, o longa se ancorou na “estrela” de Chris O’donnell. E a ideia foi trazer muita tensão em uma aventura na neve, onde o alpinista precisa resgatar sua irmã no topo do K2. O diretor Martin Campbell oscilou o nível de sua carreira, tal qual em Limite Vertical, em outros filmes como A Lenda do Zorro, 007 Cassino Royale e nos horríveis Lanterna Verde e O Estrangeiro.
Cara, cadê meu carro (Danny Leiner)
Um dos rolês mais aleatórios do ano de 2000 veio com Ashton Kutcher e Seann William Scott. A dupla marcou época ao perder o carro em algum lugar da cidade. E até encontrá-lo novamente, passaram por situações que variam desde enfrentar valentões, até descobrir uma ferramenta alienígena que pode salvar o planeta. Divertido, mas totalmente desmiolado. No elenco ainda tínhamos a jovem Jennifer Garner.
Quase Famosos (Cameron Crowe)
Fechamos a lista com um dos filmes mais deliciosos daquele ano. Cameron Crowe criou uma narrativa que mistura drama, aventura, romance e muito rock’n roll basicamente adaptando uma parte de sua vida como jornalista de música da Rolling Stone (e antes de completar o High School). Isso lhe permitiu excursionar com bandas lendárias do rock mundial, como Led Zeppelin. Até por isso, entrou na nossa lista de filmes sobre Jornalismo. E o elenco é absurdamente excelente: Billy Crudup, Frances McDormand, Kate Hudson, Anna Paquin, Jason Lee, Patrick Fugit, Philip Seymour Hoffman, Zooey Deschanel e Jimmy Fallon. Imperdível.