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Uma quase dupla: humor leve e pastelão | Crítica

Sabe aquele tipo de comédia que te faz rir em voz alta no cinema? Quase uma dupla, longa dirigido por Marcus Baldini e que conta com Cauã Reymond, Tatá Werneck e Daniel Furlan no elenco, chega dia 19 de julho aos cinemas, misturando um pouco de comédia pastelão, televisão dos anos 80 e investigação policial é exatamente esse estilo.

Tudo gira em torno de uma série de assassinatos bizarros que acontecem na pequena cidade de Joinlândia, “onde todo mundo é joia”, como é dito diversas vezes durante o filme. Keyla, interpretada por Tatá Werneck, é a investigadora durona do Rio de Janeiro que é chamada para acompanhar o desenrolar dos casos ao lado do subdelegado Claudio, Cauã Reymond.

Para quem gosta do estilo de humor que Tatá Werneck faz, o filme é uma ótima escolha. Tatá e Cauã contracenam muito bem, deixando as interações entre Claudio e Keyla completamente estranhas, fazendo o público rir e ficar com vergonha ao mesmo tempo. Outro ponto importante do filme é a mudança dos papéis comuns: Claudio é o personagem “fofo”, delicado, incerto, que vive com a mãe… Enquanto Keyla é durona, fala palavrão, atira para cima e chuta portas. Essa reversão dos papéis contribui para o desenrolar da trama.

O plot, no entanto, é bem batido. O ar de filme dos anos 80 (com os movimentos de câmera e tudo), junto com as investigações policiais e a comédia já é um modelo comum, com aquela sensação de “já vi isso antes”. Os diálogos tiveram que ser bem acentuados para que o filme não ficasse chato e cansativo. Boa parte dessa fluidez acentuada pode ser creditada a Cauã Reymond, que fez seu papel de “caipira bonito e meio tonto” de uma forma leve e engraçada ao mesmo tempo.

Deixar Cauã Reymond com cara de bobo: isso sim é arte

A fotografia é muito interessante também. Joinlândia, cenário principal, é uma cidade pequena e bem colonial, com prédios antigos e ruas de paralelepípido e, em contraste com o cenário pacato, as cenas de crime do serial killer são bem montadas e até um pouco nojentas – o que não ajuda em nada é ver Keyla lambendo o chão ou as vítimas sempre que pode. Ainda em detalhes técnicos, a trilha sonora é muito boa, juntando rock do começo dos anos 90 e final dos anos 80 com músicas como “Shimbalaiê” (Maria Gadú) e “Eu Amei Te Ver” (Tiago Iorc).

Se você está procurando uma comédia leve e que não faça pensar muito, acabou de encontrar!

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