Séries

O Homem do Castelo Alto – Review 1ª e 2ª temporada

O que aconteceria se o eixo aliado tivesse sido derrotado pela Alemanha Nazista e pelo Japão imperial na segunda grande guerra?

Ficou tenso só de pensar?

Pois esse é o plot principal da série O Homem do Castelo Alto (The Man In The High Castle, 2015-2016) produção da Amazon Prime, concorrente da Netflix que chegou ao Brasil em 14 de dezembro de 2016.

Baseado no conto homônimo de Philip K. Dick (Gênio da ficção científica por trás de Minority Report, Blade Runner e outros clássicos), somos levados para o ano de 1962, em uma realidade alternativa, onde a Costa Oeste americana está sob controle nipônico e a Costa Leste é administrada pelos nazistas. Entre esses territórios há uma zona neutra onde se escondem alguns rebeldes que facilmente são desmantelados pelas tropas “inimigas”.

Um desses rebeldes possui um filme (considerando a época, daqueles em rolos) onde o conteúdo claramente mostra a nossa realidade (nazistas e nipônicos derrotados). Esse filme deve ser preservado e levado ao tal Homem do Castelo Alto. E é nesse caminho que acompanhamos a vida de Juliana Crain (Alexa Davalos, da série Angel) e seu namorado Frank Frink (Rupert Evans de Hellboy), que moram em uma São Francisco controlada pelas forças nipônicas impondo sua ética e honra japonesa milenar à população americana sobrevivente. De posse desse filme e rumo à zona neutra, Juliana se encontra com um agente duplo, Joe Blake (Luke Kleintank), que vê o filme e fica dividido entre o que vê e a ditadura do Führer. No encalço deles está SS Obergruppenführer John Smith (interpretado pelo ótimo Rufus Sewell) em busca do tal filme.

Bandeira do Grande Reich Nazista na America

É incrível o ponto de vista de como seria se os Estados Unidos da América fossem divididos e controlados por essas culturas totalmente autoritárias. Empresas, escolas, comportamento dos habitantes… esse é um dos pontos principais da primeira temporada, que termina com Juliana encontrando o tal Homem do Castelo Alto, e com isso, muitos filmes em seu galpão que mostram diversas realidades.

No seu encalço também está a Yakuza e a Kempertai (polícia militar nipônica) que os localizam, fazendo com que Juliana escape para o lado nazista do país. Mas antes disso ela assiste um filme que mostra o futuro da realidade deles, onde os japoneses construíram um bomba atômica e ela é explodida em São Francisco (São Francisco japonesa alguém lembrou Big Hero 6?). De posse dessa informação, ela é contratada pela Resistência Americana e colocada como agente dupla dentro da família do Obergruppenfuhrer Smith.

  Bandeira do Estados Japoneses do Pacífico.

Em meio a tudo isso ainda temos histórias paralelas dos personagens citados, como Joe Blake, que parte para Berlim para conhecer seu pai, e assim descobre que é um Lebensborn, obra genética nazista para ser o ser humano perfeito.

Também vemos a luta do Obergruppenfuhrer Smith para esconder seu filho Thomas, que portador de uma doença rara, não pode ser mantido vivo, pois o Reich vê isso como uma falha e não pode ter um filho não-perfeito.

Interessante também vermos o ainda não mencionado Ministro do Comércio dos Estados Pacíficos da América (lado japonês) Nobusuke Tagomi, que vislumbra uma realidade (seria a nossa?) e começa a duvidar do que é correto, trazendo vários sentimentos nobres na sua vida.

No meio disso tudo, Hitler morre (envenenado) e no seu lugar o pai de Joe, Martin Heuesmann assume o comando do Reich. Nas palavras do próprio SS-Reichsführer Heinrich Himmler: “Um homem com uma perspectiva muito mais ampla que Hitler”. Medo, muito medo.

O que acontece a seguir é praticamente o estopim para a 3ª guerra mundial, onde o Japão é o pior inimigo dos nazistas. É de tirar o fôlego.

Esse é um resumo básico da 1ª e da 2ª temporada, que termina com um plot-twist incrível e deixa a apreensão para o que vai acontecer em uma possível 3ª temporada.

Embora o tom de cores da série seja meio cinzento, o que dá algumas vezes uma canseira nos olhos, a série é mais que recomendada, obrigatória para quem gosta de história, Segunda Guerra Mundial, dimensões paralelas e histórias bem escritas. Mérito do gênio Philip K. Dick. 

P.S.:

A música de abertura Edelweiss, escrita originalmente para a peça A Noviça Rebelde (The Sound of Music) e também está no filme de 1956 com Julie Andrews e Christopher Plummer, que a executa belamente na casa dos Von Trapp. Em tempo, Edelweiss é uma linda flor branca dos alpes europeus.

Éderson Nunes

@elnunes

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