Tubarão: Mar de Sangue tão ruim que fica bom!
Cumprindo a quota de filme trash de tubarão em 2022, está chegando aos cinemas brasileiros “Tubarão: Mar de Sangue”, no original, Shark Bait. Com direção de James Nunn, tudo parece genérico e clichê por aqui. Eu diria que este filme ganha o prêmio audácia do ano, pelo simples fato de enfrentar o maio desafio dos filmes hoje em dia: ter seu lançamento no circuito de cinemas.
E esse desafio vem sendo cada vez mais constante com a guerra de canais de streaming e a janela curta entre as salas escuras e a disponibilidade para vídeo on demand, e logo em seguida, ser abraçado por uma Netflix da vida. Mas, Tubarão: Mar de Sangue resolveu peitar tudo isso pelo seu apelo maior. Afinal, quem não gosta de um filme de terror ou Thriller onde o centro das atenções é o maior predador dos mares, não é mesmo? Eu, particularmente, sou fã. E com essa condição, mergulhei com toda empolgação nessa água fria.
Como já antecipei, nada aqui é novidade. Tudo o que precisamos é de uma boa desculpa para deixar um grupo a mercê de um tubarão faminto no meio do oceano e sem qualquer perspectiva de resgate. E isso se cumpre facilmente com a fórmula grupo de norte-americanos quase adultos turistas enchendo a cara numa praia linda no México. A direção não enrola e logo vemos três homens e duas mulheres furtando dois jet-skis no último dia de férias. O que poderia acontecer de errado, não é mesmo?
Não demora muito para que a fórmula dê efeito. Bêbados, os condutores conseguem causar um acidente e inutilizar as motos aquáticas. De brinde, um deles tem uma fratura exposta em uma das pernas. Isolados e sem qualquer noção de localização, eles apelam para um celular, que, spoiler dos filmes de terror, não vai ter sinal no meio do nada. Tipo “A Queda”, mas no oceano.
O check-list de itens vai se preenchendo rapidamente, incluindo até mesmo algumas tretas bem fortes envolvendo nossas futuras carninhas de tubarão. É quando o astro aparece!
Sem se preocupar com espécie, dicas ou fichas técnicas de que tubarão estamos vendo, o nosso protagonista oscila momentos interessantes, com efeitos especiais duvidosos e noções de tempo e espaço bem aleatórias. Vamos nos divertir, dar umas risadas e torcer o nariz para diálogos e ações. Mas tudo passa se você tiver um bom poder de abstração.
O banquete de tubarão que vemos é digno dos filmes do Canal SyFy e suas maratonas eternas de filmes de tubarão (ame ou odeie). O que me faz voltar ao desafio maior do filme. Será que ele aguenta uma semana em cartaz no Brasil? Até pode ser. Mas se a sessão vai ser boa ou ruim, vai depender muito de sua animação com filmes de tubarão. Eu me diverti, mas é trash. Bem trash.