Sobreviver a Jeffrey Epstein: minissérie inédita dá voz às vítimas
O canal de televisão paga Lifetime apresenta a minissérie Sobreviver a Jeffrey Epstein (Surviving Jeffrey Epstein), que estreia no Brasil no dia 15 de outubro. A produção original em quatro episódios, que sofreu diversas mudanças devido às reviravoltas no caso do magnata acusado de tráfico sexual de menores.
Dono de uma empresa que administrava recursos bilionários, Jeffrey se tornou um dos empresários mais influentes dos Estados Unidos, chegando a ser elogiado pelo atual presidente Donald Trump. Porém, Epstein foi denunciado em julho de 2019 por abuso e tráfico sexual de menores. Os crimes teriam acontecido entre 2002 e 2005, época em que algumas das vítimas tinham apenas 14 anos. Segundo as autoridades, o empresário cometeu suicídio quando estava preso em Manhattan, pouco mais de um mês após ser denunciado.
A produção passou por mudanças devido a importantes revelações durante a investigação. Entre elas, a prisão da socialite Ghislaine Maxwell, noiva do magnata, acusada de participar do esquema. Ao saber desta importante virada no caso, os diretores de Sobreviver a Jeffrey Epstein, Annie Sundberg e Ricki Stern, decidiram que era absolutamente necessário incluir esse fato na trama e aprofundar a participação que ela teve na rede de tráfico de mulheres entre a elite mundial.
A espinha dorsal da minissérie é tornar as vítimas visíveis, dar voz àquelas que foram silenciadas. Virginia Roberts, Courtney Wild, Marijke Chartouni e Rachel Kay Benavides, entre outras, tiveram a coragem de compartilhar suas experiências traumáticas. O especial também apresenta depoimentos de advogados, psicólogos e especialistas que trabalham no caso.
A série também detalha o envolvimento de Ghislaine Maxwell neste terrível crime, que perdurou por anos. Segundo depoimento do jornalista Daniel Bates, ela foi responsável por abrir as portas da alta sociedade nova-iorquina para Epstein, introduzindo pessoas influentes em seu círculo de amizade, como é o caso do príncipe Andrew da Grã-Bretanha.
“A história que queríamos contar para o Lifetime teria de ser diferente do que já havia sido feito, queríamos que fosse relatada pelas sobreviventes”, disse o produtor Robert Friedman. “O que nos diferencia é que descobrimos como o recrutamento dessas mulheres era feito por outras pessoas, incluindo Ghislaine Maxwell, e o sistema de pirâmide envolvendo essas vítimas”.
“O abuso sexual em vários níveis que eu vivi não aconteceu apenas com uma mulher, e eu quero levantar minha voz e contar minha história, que pode inspirar e ajudar as demais a se conscientizarem de que não estão sozinhas e que podem buscar apoio”, afirmou Chartouni.
Logo após a estreia do documentário do Lifetime nos Estados Unidos, as ligações para o National Sexual Assault Hotline sobre violência sexual aumentaram drasticamente, de acordo com a Rede Nacional de Estupro, Abuso e Incesto, a maior organização antiviolência sexual do país.
A produção reforça o compromisso do Lifetime em oferecer uma plataforma para dar voz às mulheres e conscientizar sobre casos de abuso e assédio. O Lifetime exibe os quatro episódios da série de 15 a 18 de outubro, quinta a domingo, sempre às 20h:
15/10, quinta-feira – Atraídas
As vítimas relatam como, quando adolescentes, foram persuadidas por recrutadores em quem confiavam para comparecer à sinistra mansão de Palm Beach.
16/10, sexta-feira – Presas
Novas vítimas do abusador de menores Jeffrey Epstein ajudam a decifrar a complexa e perversa rede de tráfico sexual criada para enganar jovens inocentes, que só queriam transformar seus sonhos em realidade. Além disso, são reveladas algumas das histórias terríveis jamais contadas.
17/10, sábado – Sem saída
Ao longo de três décadas, a rede de tráfico sexual de menores de Jeffrey Epstein se transformou em uma máquina perfeitamente ajustada. As sobreviventes revelam algumas de suas traumáticas experiências na ilha particular do magnata, onde os abusos mais atrozes eram realizados sem qualquer controle.
18/10, domingo – Vingadas
Apesar da morte de Jeffrey Epstein, suas vítimas continuam lutando por justiça, e finalmente obtêm uma vitória com a impactante detenção de sua sócia e companheira, Ghislaine Maxwell, no dia 2 de julho de 2020. O que significa este avanço para as sobreviventes? Quais são seus planos para o futuro?