Santa Clarita Diet | Crítica da 2ª temporada

Aparentemente os Hammond nunca mais terão um dia normal em suas vidas.

A segunda temporada de Santa Clarita Diet surge com um bom gancho a ser desenvolvido ao longo dos dez episódios. A busca pela origem da “transformação” de Sheila realmente gera muitas possibilidades. Entretanto, por mais bem construídos e divertidos que os episódios tenham se mostrado, é somente a partir do quinto episódio que surge aquela vontade de assistir o próximo imediatamente. Antes disso, os finais só indicam que o “algo mais” a acontecer está lá, mas sem empolgar tanto.

Começamos com Sheila (a maravilhosa Drew Barrymore) acorrentada no porão (não é spoiler porque a primeira temporada termina assim e isso aparece no trailer). A busca pelo soro que retardará a sua deterioração ainda não acabou, mas, mesmo vindo a ter os seus sintomas protelados, vemos como coisas comuns na vida dos humanos, como o estresse, podem ter resultados totalmente diferentes para um morto-vivo. Já Joel (Timothy Olyphant) foi visto por último em um hospital psiquiátrico. É divertidíssimo acompanhá-lo perdendo, cada vez mais, a cabeça (figurativamente, pois a série mostra outros perdendo de forma literal), ao passo em que tenta enfrentar as dificuldades da condição de “zumbi apodrecendo” de sua esposa. Mas ele não desiste de querer ter um dia normal.

Em certo momento, Joel recebe um conselho que o ajuda a encarar melhor a situação. Um amigo compara Sheila à Rainha Elizabeth, pela importância e tamanho de seus problemas, e diz haver duas formas de encarar a situação: 1- minhas necessidades nunca serão prioridade, ou, 2- caramba, eu durmo com a Rainha da Inglaterra (adaptado para uma linguagem menos vulgar).

Apesar de tudo, o maior problema para os Hammond nesse segundo ano ainda é ter que lidar com as autoridades. Matar por impulso já não é mais uma opção (ainda mais com caçadores semelhantes na área) e manter Sheila alimentada passar a ser uma questão de escolher muito bem a próxima vítima e ter que encarar questões morais durante o caminho.

Abby (Liv Hewson) e Eric (Skyler Gisondo) merecem um capítulo à parte. A amizade dos dois têm seus altos e baixos, mas ambos percebem o quanto precisam um do outro. Embora a tensão romântica entre os dois ainda permaneça ali, outros interesses amorosos surgem em suas vidas, e eles precisam aprender a lidar com isso. Mesmo assim, é evidente o amadurecimento dos personagens, que acabam, muitas vezes, guiando a história da série. Agora temos uma Abby mais durona e ainda mais proativa e Eric, bom… Eric compensa com seu cérebro e seu jeito amável de ser (apesar de também ter tido o seu momento badass).

A casa dos Hammond acaba virando um show de bizarrices, trazendo certas lembranças de uma Família Adams. Um dos pontos altos da comédia ainda é observar uma família comum de subúrbio fazer malabarismos (*piscadinha de olho com referência no ar*) com problemas cotidianos e com pessoas desmembradas dentro de um freezer.

Bom, os absurdos só aumentam, o sangue jorra cada vez mais alto e ficamos no aguardo de um anúncio para uma terceira temporada ainda mais insana. É a comédia trash sem preocupações que gostamos de assistir.

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